Pesquisa Gerp aponta empate técnico entre Flávio Bolsonaro e Lula na corrida de 2026
Levantamento nacional com 2 mil entrevistados indica Flávio Bolsonaro com 42% e Lula com 41% em simulação de segundo turno, dentro da margem de erro
A tentativa de uma brasileira de recomeçar a vida nos Estados Unidos acabou em dor, assédio e isolamento. Tarlis Marcone de Barros Gonçalves, de 28 anos, natural de Alvarenga (MG), foi presa ao tentar entrar em território americano para solicitar asilo. Detida na fronteira do México, em El Paso, Texas, no dia 15 de fevereiro, ela foi mantida com homens em centros de detenção e enviada à prisão militar de Guantánamo, em Cuba.
Foto: Rede Social Segundo o relato de Tarlis, ela informou diversas vezes ser uma mulher trans, mas foi ignorada pelas autoridades. No centro de detenção no Novo México, onde ficou por nove dias, dividiu espaço com 49 homens e afirmou ter sofrido assédio. “Disse que me sentia insegura e estava sendo assediada, mas não fizeram nada”, contou. Também não teve direito a ligar para a família ou falar com advogado.
Posteriormente, foi colocada em um avião militar, com os pés, mãos e quadril algemados, e levada sem saber o destino. Ao desembarcar, descobriu que estava na base de Guantánamo, local conhecido por abrigar acusados de terrorismo. “Achei que estava indo para o Brasil, entrei em desespero”, disse ela. Em seu depoimento, que integra uma ação da ACLU (União Americana das Liberdades Civis) e do CCR (Centro para Direitos Constitucionais), Tarlis relatou ter sido tratada como se não fosse humana.
Após cinco dias na prisão em Cuba, foi transferida para Miami e, em seguida, para um centro de detenção na Louisiana. Apesar de insistir para não ser colocada com homens, acabou em uma solitária por 17 dias. “Só saía da cela para um banho de sol de 25 minutos. Quase não havia comida, eu estava com fome o tempo todo”, disse. Foi nesse período que conseguiu, por meio de um tablet, se comunicar com sua irmã, o que a fez desabar em lágrimas.
No início de abril, foi deportada ao Brasil ainda algemada. As marcas da contenção ficaram visíveis por dez dias, segundo ela. De volta a Alvarenga, está agora na casa dos pais e tenta lidar com as dívidas que contraiu ao pagar R$ 70 mil a um coiote. “Queria abrir meu salão e terminar a casa dos meus pais”, afirmou. Tarlis, que se comunicava em espanhol por não saber inglês, relatou que alguns funcionários diziam que o governo americano não reconhecia pessoas trans. “Espero que Trump nunca tenha uma filha trans e nunca passe pelo que minha mãe e eu passamos”, desabafou.