Wolney Queiroz é nomeado novo ministro da Previdência após saída de Lupi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nomear Wolney Queiroz como novo ministro da Previdência Social. A decisão ocorre após o pedido de demissão de Carlos Lupi, motivado pela repercussão de um escândalo envolvendo fraudes milionárias nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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Queiroz já atuava como secretário-executivo do ministério, sendo o braço direito de Lupi, e agora assume o comando da pasta. A nomeação, segundo o governo federal, será publicada ainda nesta sexta-feira (2) em uma edição extra do Diário Oficial da União, assim como a exoneração do antecessor.

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Natural de Caruaru, Pernambuco, Wolney Queiroz Maciel está filiado ao PDT, mesmo partido de Carlos Lupi. Ele exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal por Pernambuco a partir de 1995. Em 2022, chegou a liderar a oposição ao governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, mas não conseguiu se reeleger.

A troca no comando do ministério ocorre em meio a um escândalo revelado por investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo as apurações, associações que prestam serviços a aposentados estariam cadastrando pessoas sem autorização, utilizando assinaturas falsas, para aplicar descontos indevidos diretamente nos benefícios do INSS.

As fraudes teriam começado ainda em 2019, durante a gestão de Bolsonaro, e se estenderam até 2024, já no atual mandato de Lula. Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos e aos beneficiários possa chegar a R$ 6,3 bilhões. As medidas para conter as irregularidades começaram apenas quase um ano após as primeiras denúncias. Tanto Carlos Lupi quanto Wolney Queiroz participaram de reuniões nas quais foram alertados sobre as fraudes, em 2023.

Durante a operação, os agentes apreenderam uma série de bens de alto valor, incluindo uma Ferrari, joias, dinheiro vivo, relógios de luxo e quadros. As investigações também levaram ao afastamento e posterior demissão de Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS.

Cinco servidores públicos foram afastados, e seis pessoas ligadas a uma associação com sede em Sergipe foram presas. A Polícia Federal aponta o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, como o principal operador do esquema criminoso. Segundo os investigadores, ele é sócio de 22 empresas registradas no mesmo endereço em Taguatinga, região próxima a Brasília.