Cuidadora morre atropelada por menino ao tentar impedir que ele levasse seu carro
Garoto de 12 anos havia sido acolhido seis dias antes pela família de Marcia Grant; caso aconteceu na Inglaterra e é alvo de inquérito
Por Plox
02/06/2025 18h51 - Atualizado há 3 dias
A tragédia que resultou na morte da cuidadora adotiva Marcia Grant, de 60 anos, ganhou novos contornos com o início do inquérito no Tribunal do Coroner de Sheffield, na Inglaterra, nesta segunda-feira (2). O caso aconteceu em abril de 2023, quando um menino de apenas 12 anos atropelou Marcia com o carro dela, enquanto ela tentava impedir que ele levasse o veículo.

O garoto havia sido acolhido pela família Grant somente seis dias antes do incidente, mesmo com alertas feitos por um assistente social. A decisão de colocá-lo sob os cuidados do casal partiu do Conselho de Rotherham, que enfrentava uma situação emergencial e buscava oferecer estabilidade ao menino.
Marcia atuava como cuidadora adotiva havia sete anos. Na ocasião, ela e o marido já cuidavam de outra criança com necessidades específicas, e mesmo assim se voluntariaram para o acolhimento emergencial do garoto. No entanto, o casal não tinha autorização para abrigar mais de uma criança, decisão que foi ignorada pela administração do serviço social.
David Wade, assistente social que acompanhava os Grant, afirmou em depoimento que não concordava com a nova colocação e temia o impacto na outra criança já presente na casa. Ele também disse desconhecer o histórico problemático do menino, que incluía envolvimento com gangues e posse de armas brancas.
O caso teve desfecho judicial em novembro de 2023, quando o menino foi sentenciado a dois anos de custódia por admitir ter causado a morte da cuidadora ao dirigir perigosamente.
A tragédia aconteceu justamente no dia em que expirava o prazo do acolhimento emergencial. De acordo com os relatos apresentados durante o inquérito, o menino chegou a ser retirado da casa pelos serviços sociais naquela data, mas retornou posteriormente.
Tessa Goodacre, assistente social responsável pelo menino, relatou ao tribunal que não percebeu indícios de que Marcia estivesse enfrentando dificuldades. Ela descreveu o garoto como comunicativo, interessado em futebol e com o sonho de se tornar policial. Segundo ela, sabia apenas que ele possuía uma advertência juvenil por porte de faca.
Durante a audiência, Gemma, filha de Marcia, fez uma homenagem emocionada à mãe, descrevendo-a como uma mulher com “bússola ética inabalável” e uma “alma como nenhuma outra”. Destacou ainda que Marcia oferecia um refúgio seguro para crianças negligenciadas e que se orgulhava das conquistas daqueles que ajudava.
O inquérito segue em andamento e busca esclarecer a cadeia de decisões que permitiu a colocação do menino com os Grant, além de possíveis falhas no acompanhamento do caso.