Estudo revela que montadoras chinesas têm prejuízo por carro para dominar mercado
Fabricantes como Xiaomi e BYD apostam em tecnologia e preços baixos, mesmo com perdas financeiras por unidade vendida
Por Plox
02/06/2025 18h16 - Atualizado há 4 dias
Uma nova análise feita pela consultoria francesa A2MAC1 revelou uma estratégia ousada adotada pelas montadoras chinesas de veículos: operar no prejuízo por unidade vendida para conquistar fatias maiores do mercado global.

A pesquisa, divulgada em maio nos Estados Unidos, mostra que essas fabricantes estão combinando luxo e tecnologia avançada com preços abaixo do mercado. Mesmo enfrentando perdas financeiras por cada carro fabricado, a aposta é no ganho de participação, não em lucros imediatos.
Entre os destaques do relatório, está o caso da Xiaomi. O modelo SU7 Max, concorrente direto do Tesla Model 3, custa à empresa um prejuízo de cerca de US$ 9.200 por unidade. A justificativa está nos investimentos robustos em inteligência artificial e sistemas de direção autônoma.
Além da Xiaomi, outras marcas chinesas seguem o mesmo caminho. A BYD, por exemplo, após anos adotando uma política de preços agressiva, figura atualmente entre os principais nomes da indústria automobilística mundial.
A consultoria também apontou que, embora as tecnologias embarcadas nos veículos da China aumentem em 2% o custo por unidade, fatores como produção em grande escala, cadeias de suprimentos locais e estruturas administrativas enxutas garantem custos totais 38% mais baixos do que os das montadoras ocidentais.
Outro ponto levantado foi a velocidade no desenvolvimento de novos modelos. Enquanto as fabricantes ocidentais levam, em média, o dobro do tempo para lançar um novo veículo, as montadoras chinesas ganham agilidade e reduzem ainda mais seus custos com inovação.
A estratégia revela uma mudança significativa na dinâmica da indústria automotiva global, onde a rentabilidade imediata dá lugar ao domínio do mercado por meio de competitividade extrema e inovação acelerada.