STF inicia interrogatórios de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe
Depoimentos começam em 9 de junho com Mauro Cid; Bolsonaro será ouvido presencialmente no Supremo
Por Plox
02/06/2025 17h18 - Atualizado há 3 dias
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 9 de junho o início dos interrogatórios de investigados no chamado 'núcleo 1' da suposta tentativa de golpe de Estado articulada em 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. Entre os réus está o próprio ex-presidente, que será ouvido presencialmente na sede do Supremo.

Os depoimentos ocorrerão na sala de audiências da Primeira Turma do STF, sob condução do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. As sessões estão previstas para acontecer das 9h às 20h na segunda-feira (9), podendo se estender até a sexta-feira (13), conforme a demanda das oitivas.
O primeiro a prestar depoimento será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atualmente delator no inquérito. Os demais acusados serão ouvidos conforme a ordem alfabética dos nomes.
Na lista estão Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Jair Bolsonaro; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, que participará por videoconferência, devido à sua prisão preventiva no Rio de Janeiro.
As sessões seguem o seguinte cronograma:
- 10 de junho: das 9h às 20h
- 11 de junho: das 8h às 10h
- 12 de junho: das 9h às 13h
- 13 de junho: das 9h às 20h
Essa fase de interrogatórios ocorre após o encerramento das oitivas das testemunhas de acusação e defesa, finalizadas na tarde desta segunda-feira (2). No total, 52 testemunhas foram ouvidas, algumas delas relatando encontros no Palácio da Alvorada onde teriam sido discutidas medidas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A Procuradoria-Geral da República acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que teria agido para desacreditar o resultado eleitoral de 2022 e promover um golpe institucional. A investigação aponta que militares e integrantes de órgãos de inteligência estariam envolvidos na trama.
Os interrogatórios desta semana podem ser decisivos para o andamento do processo que apura um dos episódios mais graves da recente história política brasileira.