Cresce movimento por leis que limitam uso de celulares entre jovens
Aumento de depressão e suicídio entre adolescentes intensifica debate sobre uso de telas
Por Plox
02/07/2024 07h20 - Atualizado há cerca de 1 ano
Rosiane Reis, após perceber o impacto negativo do uso excessivo de telas na filha Gabriela, de 2 anos e 6 meses, decidiu restringir o acesso ao celular em casa. "Minha filha se tornou agressiva e ansiosa devido ao uso excessivo das telas. Quando zeramos o acesso, ela começou a melhorar", relembra Rosiane, que agora é escritora e palestrante sobre o tema.
A necessidade de uma legislação
A neuropsicóloga Licia Assbu defende a criação de leis para limitar o uso de celulares por crianças e adolescentes, comparando a situação à introdução do cinto de segurança nos carros. "Quando percebemos os riscos, criamos leis. Com o celular, precisamos fazer o mesmo", argumenta. Licia ressalta que a primeira geração de pais que lida com filhos no mundo digital muitas vezes não está consciente dos limites saudáveis para o uso de tecnologia.
Campanha Desconecta
No Brasil, seis mães lideram a campanha Desconecta, que propõe vetar o uso de celulares por menores de 14 anos e limitar o acesso às redes sociais até os 16. "Já estamos colhendo os déficits desse uso indiscriminado", alerta Licia, destacando o aumento das taxas de ansiedade entre jovens.
Papel das escolas
Licia enfatiza que as escolas têm um papel crucial na limitação do uso de celulares. "Ambiente escolar não é lugar de celular. As escolas que proibiram o uso já estão vendo melhorias no desempenho acadêmico", observa. Ela argumenta que a interação social e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais são prejudicados pelo uso excessivo de telas.
A rotina ideal para crianças
Rosiane sugere um uso consciente e equilibrado das telas, de acordo com as orientações da Associação Brasileira de Pediatria. "Nenhum acesso para crianças de zero a dois anos; uma hora por dia para crianças de dois a cinco anos; duas horas para crianças de seis a dez anos; e três horas para adolescentes de 11 a 18 anos", recomenda.
impactos nas redes sociais
Licia Assbu é categórica ao afirmar que o acesso às redes sociais não deve ser permitido antes dos 14 anos. "Criança com rede social, jamais. Adiar o máximo possível é essencial para proteger o desenvolvimento emocional e psicológico dos jovens", aconselha.
Conclusão
A campanha pela restrição do uso de celulares e redes sociais por crianças e adolescentes ganha força, com especialistas e escolas unindo esforços para enfrentar um problema que já demonstra consequências graves. A conscientização e a implementação de limites claros são passos fundamentais para garantir um desenvolvimento saudável para as próximas gerações.