Pesquisadores descobrem quatro novas espécies de tubarões que podem 'andar'

Uma equipe de pesquisadores revelou a existência de quatro novas espécies de tubarões na Austrália, capazes de se locomover em terra. Esses tubarões, pertencentes ao gênero Hemiscyllium, são uma curiosidade científica e representam uma ameaça apenas para pequenos crustáceos e moluscos marinhos.

Características e comportamento

Os tubarões ambulantes têm cerca de um metro de comprimento e não oferecem perigo para os seres humanos. Eles possuem a capacidade de resistir a ambientes com baixo teor de oxigênio e utilizam suas nadadeiras para se mover lentamente ao longo do fundo do oceano, uma habilidade única entre os tubarões. A Dra. Christine Dudgeon, da Universidade de Queensland, explica que essas características não são compartilhadas por seus parentes próximos, como os tubarões de bambu e os wobbegongs.

Evolução recente

Apesar de terem sido recentemente identificados, esses tubarões já existem há algum tempo. O estudo que levou à descoberta das novas espécies começou em 2006 e utilizou uma técnica chamada "metodologia do relógio molecular datado" para determinar a idade evolutiva desses animais. "Descobrimos que os tubarões ambulantes evoluíram há apenas 9 milhões de anos, tornando-os os tubarões mais jovens do nosso planeta", afirmou Mark Erdmann, da Conservation International.

Especiação e isolamento geográfico

A especiação dessas criaturas ocorreu quando indivíduos se separaram de sua população principal, adaptando-se a novos ambientes isolados. As nove espécies conhecidas de tubarões ambulantes habitam áreas ao redor do norte da Austrália, Nova Guiné e ilhas próximas. Erdmann sugere que os fragmentos de ilhas flutuantes transportaram esses tubarões para novas regiões, onde evoluíram para espécies distintas.

Impacto das mudanças climáticas

Os tubarões ambulantes demonstram uma notável resiliência a condições ambientais extremas, mas os recifes de coral onde vivem estão ameaçados pelas mudanças climáticas. As águas mais quentes estão matando os corais e, consequentemente, afetando a alimentação desses tubarões. Felizmente, muitas dessas espécies já estão protegidas em áreas marinhas onde a atividade humana é limitada, ajudando a preservar suas populações.

Futuro das pesquisas

Os cientistas planejam continuar estudando esses tubarões para compreender melhor sua resistência às mudanças ambientais. Erdmann destaca a importância de explorar a base genética dessas características únicas, o que pode fornecer informações valiosas para a adaptação às mudanças climáticas.

Essa descoberta nos oferece uma visão fascinante sobre a evolução e adaptação dos tubarões, ampliando nosso conhecimento sobre a biodiversidade marinha e a necessidade de sua conservação.