Gilmar Mendes alerta para crise política além do IOF
Ministro do STF afirma que impasse sobre o imposto revela falhas estruturais na coordenação entre governo e Congresso
Por Plox
02/07/2025 13h09 - Atualizado há cerca de 18 horas
Durante sua participação no Fórum de Lisboa, em Portugal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, chamou atenção para a gravidade do cenário político brasileiro ao comentar a recente disputa sobre o aumento do IOF. Para ele, essa questão representa apenas a superfície de uma crise muito mais profunda.

Gilmar descreveu a atual situação como um sintoma de um problema maior, destacando a ausência de diálogo e de articulação institucional. \"A crise do IOF é mais a revelação de um sintoma do que da doença\", declarou o ministro, que também sugeriu que se aproveite o momento para uma pausa de reflexão.
\"Nós precisamos tratar da doença, a falta de diálogo, a falta de coordenação\"
, reforçou.
O impasse se intensificou após a Advocacia-Geral da União (AGU) recorrer ao STF para validar a constitucionalidade do aumento do IOF, medida proposta pelo governo federal em maio com a intenção de reforçar o caixa da União em até R$ 20 bilhões até o final do ano. No entanto, a proposta foi derrubada tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado, mesmo após tentativas de negociação conduzidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O chefe da AGU, Jorge Messias, afirmou que o recurso apresentado não visava o confronto, mas sim uma decisão jurídica sólida, dizendo que o presidente Lula busca a paz entre os Poderes. “Essa é uma decisão madura e muito bem formada”, garantiu Messias, negando que haja intenção de embate político.
Entretanto, a reação no Congresso foi imediata. O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), classificou a atitude do governo como “afronta inaceitável” e “declaração de guerra”, prometendo uma resposta firme. “A democracia exige respeito entre os Poderes – e é isso que o presidente Lula e sua equipe estão, mais uma vez, violando deliberadamente”, afirmou Zucco.
A declaração de Gilmar Mendes, portanto, surge como um apelo para que as instituições busquem a reconstrução do diálogo, em vez de aprofundarem os conflitos políticos em curso.