Lula critica Congresso e defende taxação dos super ricos em ato na Bahia

Durante as celebrações da Independência do Brasil na Bahia, nesta quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizou um momento simbólico: ergueu um cartaz com os dizeres 'taxação dos super ricos', reforçando sua posição em defesa da justiça tributária no país.

Foto: Reprodução / X / Lula

O gesto aconteceu em Salvador, diante de uma multidão que acompanhava o ato cívico. A imagem do presidente com o cartaz foi rapidamente divulgada em suas redes sociais, acompanhada da mensagem: 'Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso'.

A manifestação pública acontece em meio a um confronto entre o governo e o Congresso Nacional sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Após o Legislativo barrar a medida, o Planalto, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão.

Em entrevista à TV Bahia, Lula voltou a defender o reajuste tributário para a população de maior renda. Segundo ele, a proposta não se trata de um aumento de impostos, mas de um ajuste necessário para evitar cortes nos orçamentos da saúde e da educação. “O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo”, declarou.

Além disso, o presidente criticou setores que, segundo ele, exercem influência indevida sobre o Legislativo, como casas de apostas, fintechs e outras áreas que considera parte da “indústria do lobby”.

A proposta de taxar os super ricos está também incluída no projeto de lei que pretende isentar do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores com salários de até R$ 5 mil. Para equilibrar a arrecadação, o governo defende aplicar uma taxa mínima de 10% sobre rendas mensais acima de R$ 50 mil.

Essa medida, no entanto, enfrenta resistência entre os parlamentares da Câmara dos Deputados, o que torna o tema mais uma frente de disputa entre o Executivo e o Legislativo ao longo de 2025.

Com o gesto em Salvador, Lula tenta mobilizar a opinião pública e pressionar o Congresso a aprovar uma reforma que considera essencial para reduzir as desigualdades no Brasil.