Maioria dos deputados rejeita fim da jornada 6×1

Levantamento mostra que 70% dos parlamentares se posicionam contra a proposta liderada por Erika Hilton

Por Plox

02/07/2025 23h17 - Atualizado há cerca de 10 horas

Durante o período de 7 de maio a 30 de junho, a Genial/Quaest realizou um levantamento com 203 deputados federais para apurar suas opiniões sobre diversas pautas em tramitação no Congresso. Um dos pontos centrais da pesquisa foi a proposta de Emenda à Constituição apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que busca o fim da jornada de trabalho na escala 6×1.


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


Apesar de, no início, ter recebido apoio considerável — com cerca de 210 parlamentares assinando a proposta —, o atual cenário mostra uma retração significativa. Agora, 70% dos deputados consultados são contrários à mudança na jornada, enquanto apenas 22% apoiam a iniciativa. Outros 8% disseram não saber ou preferiram não opinar.



A mobilização em torno do tema começou no fim do ano passado, impulsionada por movimentos ativistas de esquerda que se organizaram nas redes sociais em prol da proposta. Com isso, houve uma aproximação inicial de deputados do Centrão. Contudo, o entusiasmo diminuiu nos meses seguintes. A PEC foi formalmente protocolada em fevereiro deste ano, e uma subcomissão destinada a discutir a proposta foi instalada em maio.



Além da jornada 6×1, o levantamento também abordou outros temas relevantes. No que diz respeito à elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda, 88% dos parlamentares se mostraram favoráveis, com apenas 5% contra e 7% indecisos ou que não responderam. A exploração de petróleo na Amazônia, apesar de ser criticada pela ministra Marina Silva, também teve ampla adesão: 88% dos deputados apoiam a proposta, contra 10% que se opõem e 7% sem opinião definida.



Outro ponto de consenso é o endurecimento das penas para roubo, com 76% dos deputados favoráveis. A rejeição é de 16%, enquanto 8% não souberam ou não quiseram responder. Por outro lado, propostas como a exclusão das verbas do Judiciário do teto de gastos enfrentam resistência significativa: 70% são contra essa medida, e apenas 15% a apoiam.



“Apesar de temas polêmicos, há uma clara tendência de manutenção do status quo no Congresso”, destacou um analista político ouvido pela reportagem.

Quanto à regulamentação dos supersalários, 53% se manifestaram contrários, 32% são a favor e 15% não opinaram.


Por fim, dois temas dividem o plenário: a PEC da Segurança Pública e o aumento da taxa de IR para os super-ricos. Ambos estão tecnicamente empatados, considerando a margem de erro da pesquisa, que é de 4,5 pontos percentuais. A PEC da Segurança Pública teve 42% de apoio e igual percentual de rejeição. Já a proposta de aumento do IR para os mais ricos foi apoiada por 44% e rejeitada por 46%.


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