Jovem de 22 anos perde parte do pulmão após fumar narguilé

Suzi Ortiz, tia de Paulo Henrique, destacou que o sobrinho havia começado a utilizar cigarros eletrônicos e narguilé cerca de quatro meses antes de sua internação

Por Plox

02/08/2024 09h31 - Atualizado há 12 meses

Paulo Henrique, um jovem de 22 anos, está internado há pouco mais de um mês em estado crítico no Hospital Regional de Campo Grande (MS), após sofrer graves complicações de saúde causadas pelo uso de cigarro eletrônico e narguilé. A situação do jovem tornou-se alarmante quando ele foi diagnosticado com uma pneumonia severa acompanhada de derrame pleural (acúmulo de líquido no pulmão). O caso se agravou a ponto de uma parte do pulmão, que estava necrosada, ter que ser removida em uma cirurgia. Mesmo após o procedimento, Paulo ainda não tem previsão de alta e continua lutando pela vida.

Foto: Reprodução/Redes Sociais 

Alerta da família e uso prolongado

Suzi Ortiz, tia de Paulo Henrique, destacou que o sobrinho havia começado a utilizar cigarros eletrônicos e narguilé cerca de quatro meses antes de sua internação. Ela faz um apelo à conscientização dos jovens sobre os riscos desses dispositivos. O caso de Paulo serve como um alerta sobre as consequências severas que esses produtos podem trazer à saúde.

Campanha de conscientização no Agosto Branco

Coincidentemente, o mês de agosto marca o início da campanha Agosto Branco, que começou nesta quinta-feira (1º). A campanha tem como objetivo conscientizar e combater o tabagismo, incluindo o uso de cigarros eletrônicos.

Preocupação com o aumento do uso entre jovens

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo, o Brasil já conta com cerca de dois milhões de usuários de cigarros eletrônicos, sendo a maioria composta por jovens entre 15 e 24 anos. Apesar da proibição da comercialização, importação e propaganda desses produtos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009, eles continuam sendo vendidos ilegalmente pela internet e em mercados formais e informais, ou adquiridos no exterior para uso pessoal.

Mitos sobre os cigarros eletrônicos

Larissa Rego, especialista em Regulação da Gerência Geral de Controle, Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos da Anvisa, ressalta que existe uma falsa impressão, especialmente entre os jovens, de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial à saúde. "Isso não é verdade", enfatiza Rego. Os cigarros eletrônicos têm sido associados a várias complicações de saúde, contradizendo a percepção de segurança que muitos usuários têm.

Impacto do tabagismo no Brasil

Os especialistas alertam que o cigarro é responsável por 13% das mortes no Brasil. O tabagismo é também uma das principais causas de câncer de pulmão, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde. Esses dados sublinham a necessidade urgente de campanhas educativas e de combate ao uso de dispositivos fumígenos, especialmente entre os jovens.

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