Campanha de Nikolas contra Moraes ganha força no Senado

Deputado divulga site com apoio de parlamentares ao impeachment do ministro do STF; Cleitinho e Carlos Viana engrossam lista dos favoráveis

Por Plox

02/08/2025 09h06 - Atualizado há 1 dia

O retorno das atividades do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (1°/8), foi acompanhado de uma intensa mobilização política liderada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que passou a divulgar uma campanha pública pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes. A ação ganhou fôlego com o apoio de dois senadores de Minas Gerais: Carlos Viana (Podemos) e Cleitinho Azevedo (Republicanos).


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


A campanha de Nikolas conta com um site onde é possível visualizar o posicionamento dos senadores quanto ao processo de deposição do ministro do STF. A plataforma lista os parlamentares divididos entre favoráveis, contrários e indecisos. O placar, divulgado na página – cuja autoria permanece anônima – aponta que 34 senadores já se posicionaram a favor do impeachment de Moraes, enquanto 19 são contra e 28 ainda não declararam posição.



O processo de impeachment de um ministro do STF depende exclusivamente do Senado, que precisa aprovar o tema com ao menos 54 votos, representando dois terços da Casa. Nesse cenário, o apoio de parlamentares como Cleitinho e Viana tem ganhado destaque. Viana foi elogiado publicamente por Nikolas, que agradeceu a adesão do senador mineiro à campanha. “Parabéns ao Senador Carlos Viana, de Minas Gerais, que acaba de externar publicamente apoio ao impeachment de Alexandre de Moraes. O Brasil precisa de equilíbrio e respeito à constituição”, publicou o deputado nas redes sociais.



Além de manifestar apoio, Cleitinho Azevedo foi além: protocolou mais um pedido formal de impeachment de Moraes no Senado, somando-se aos mais de 20 já existentes. Em sua publicação nas redes sociais, declarou:
\"O castelo do rei Alexandre está desmoronando, entrei com pedido de impeachment do Moraes, nós não vamos recuar!\"

Apesar do engajamento de parte da bancada mineira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se coloca em posição contrária aos ataques contra o ministro. Após a imposição de sanções pelo governo dos Estados Unidos contra Moraes, Pacheco se manifestou publicamente em defesa da soberania brasileira e das instituições.



“Presto minha solidariedade ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, alvo de sanção imposta pelo governo dos EUA. E estendo meu apoio ao Judiciário do nosso país...”, declarou o presidente do Senado, reforçando a necessidade de proteger as instituições democráticas brasileiras contra intervenções externas.


As tensões aumentaram após a aplicação da chamada Lei Magnitsky pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump contra Alexandre de Moraes. A legislação, criada em 2012 para punir autores de graves violações de direitos humanos, permite o congelamento de bens e o bloqueio de acesso a serviços financeiros nos Estados Unidos. Moraes foi acusado de perseguir aliados de Jair Bolsonaro e restringir liberdades de empresas de tecnologia.


A medida também envolveu a revogação dos vistos de diversas autoridades brasileiras, entre elas o próprio Pacheco, o procurador-geral da República Paulo Gonet, e oito ministros do STF – com exceção de Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.



Segundo a justificativa do governo americano, Moraes protege figuras políticas aliadas acusadas de corrupção, enquanto atua contra opositores. A campanha bolsonarista, liderada por nomes como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo, vem articulando desde abril em território americano ações que pressionem o Judiciário brasileiro por meio de sanções internacionais.


Em paralelo à ofensiva política, o STF realizou sua primeira sessão após o recesso. Em sua fala, Moraes enfatizou: “A marca do Judiciário brasileiro, do primeiro grau ao Supremo Tribunal Federal, é a independência e a imparcialidade. Todos os réus serão julgados com base nas provas produzidas, sem qualquer tipo de interferência, venha de onde vier”.


O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também saiu em defesa do colega. “Com inexcedível empenho, bravura e custos pessoais elevados, conduziu as apurações e os processos”, afirmou.



Até o momento, a posição dos senadores continua dividida. A lista divulgada pelo site ligado à campanha mostra os nomes dos parlamentares em cada um dos três grupos. Dentre os que se posicionaram a favor, além de Cleitinho e Viana, estão nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos Rogério (PL-RO) e Sergio Moro (União Brasil-PR). Do outro lado, senadores como Humberto Costa (PT-PE), Jaques Wagner (PT-BA) e o próprio Pacheco se posicionam contra. Uma extensa ala ainda permanece sem posicionamento oficial.


A mobilização, contudo, não deve cessar tão cedo, e a campanha por sanções e impeachment segue como uma das principais bandeiras da oposição ao STF dentro e fora do Brasil.


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