Vacina contra meningite B pode integrar o SUS

Ministério da Saúde abre consulta pública sobre imunizante que combate sorotipo mais letal da doença

Por Plox

02/08/2025 09h22 - Atualizado há 2 dias

O Ministério da Saúde abriu uma nova etapa de participação popular: está em andamento uma consulta pública que visa decidir se a vacina contra o meningococo tipo B será incorporada ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente disponível apenas na rede privada, essa vacina oferece proteção contra a bactéria Neisseria meningitidis do sorotipo B, responsável por uma das formas mais graves da meningite.


Imagem Foto: FREPIK


Embora o SUS já ofereça imunização para os tipos A, C, W e Y da doença, o tipo B segue de fora, mesmo com seu impacto significativo nos casos clínicos. Essa lacuna levou à mobilização da farmacêutica GSK, responsável pela produção da vacina, que propôs à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a avaliação da inclusão do imunizante no sistema público.



A proposta foi protocolada nesta quinta-feira (31), e o prazo para contribuições populares será de 20 dias. As sugestões enviadas pela população por meio do site da Conitec farão parte do relatório final que decidirá se o imunizante será ou não oferecido gratuitamente no SUS.


A meningite meningocócica, provocada pelo meningococo, é uma infecção grave das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Sua transmissão ocorre pelo ar e o agravamento da doença pode ser rápido e fatal. Somente em 2024, o país contabilizou 2.357 casos de meningite bacteriana, resultando em 454 mortes. Cerca de 10% a 20% dos sobreviventes enfrentam sequelas irreversíveis, como perda auditiva, amputações e danos neurológicos.



Entre os casos com identificação do agente causador, 138 foram atribuídos ao meningococo tipo B, sendo 21 deles fatais. Por isso, diversas entidades médicas reforçam a importância da vacinação com o imunizante meningo B, que é recomendado em três doses: aos 3, 5 e 12 meses de idade.


O dossiê apresentado pela GSK estima que a ampliação da vacinação no SUS pode gerar um custo de R$ 6,1 bilhões ao longo de cinco anos. No entanto, segundo a farmacêutica, essa despesa seria compensada pela significativa redução nos gastos com hospitalizações e tratamentos para pacientes com complicações da doença.


“A vacina contra o meningococo B pode reduzir internações e mortes por uma das formas mais graves da doença”, afirma o documento técnico enviado à Conitec

A expectativa é de que a análise técnica, aliada às contribuições da sociedade, ajude na construção de uma decisão transparente e baseada em evidências.



Enquanto isso, especialistas reforçam a urgência da ampliação da cobertura vacinal, especialmente diante do comportamento agressivo da doença e da dificuldade de reversão das sequelas que ela pode causar.


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