Festival de Pipas reúne famílias em Ipatinga
Além de colorir o céu com peças de diversos tipos, evento contribuiu para resgatar brincadeiras tradicionais de forma segura e consciente
Por Plox
02/09/2019 15h33 - Atualizado há quase 6 anos
Com obras de variados tamanhos e formas, mais de 80 participantes fizeram bonito e coloriram o céu no Parque Ipanema, no último domingo (1), no 2º Festival Municipal de Pipas e Papagaios de Ipatinga. Uma festa animada, tanto para as crianças quanto para os adultos. Centenas de famílias se reuniram ao redor da ilha do cata-vento para prestigiar a competição e, também, aproveitar o vento favorável para entrar na diversão.
Não por acaso, o tema da edição deste ano foi "Brincando consciente". A ideia foi chamar a atenção para os riscos a que estão expostos quem solta pipas e papagaios nas proximidades da rede elétrica e, principalmente, para reforçar a mensagem de que é proibida a utilização de materiais cortantes, como cerol e linha chilena, que podem provocar sérios ferimentos.
Para isso, o evento contou com a participação de importantes parceiros: Cemig, SAMU, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e mototaxistas do Vale do Aço, cujos representantes participaram também como jurados.
Foto: divulgação
Outro participante de peso no júri e no evento foi o Paraíso das Pipas, que sorteou dez pipas e ofereceu oficina gratuita aos interessados. Os ganhadores nas categorias Maior e Menor Pipa e Destaque foram premiados com medalhas e três bicicletas.
"É a continuidade do trabalho iniciado pela gestão municipal no ano passado. A gente fica feliz em ver a população colorindo o nosso céu, acreditando na proposta de Prefeitura de revitalização do Parque Ipanema e na nossa responsabilidade de educar através da arte, da cultura, do esporte e do lazer", destaca Tiago Vaz, gerente de Cultura da Prefeitura de Ipatinga.
Do digital ao tradicional
De avô para pai e de pai pra filho, a brincadeira de construir e soltar pipas ainda é muito popular em Minas Gerais. "É um resgate mesmo da infância. E tenho orgulho de hoje poder reviver isso com essa nova geração de crianças e adultos, vindo em família ao Parque", acrescenta o gerente.
Um dos que apostaram na linha, taquara de bambu e seda como passatempo nos últimos dias, sendo bastante recompensado, foi Gilson Drumond. Ele recebeu com imensa alegria o resultado do concurso, que premiou uma pipa de apenas 12 centímetros de envergadura, construída juntamente com o filho Lucas. A minúscula criação garantiu o primeiro lugar na categoria Menor Pipa, e o garoto saiu do Parque igualmente contente, depois de ganhar uma bicicleta.
"Fiz com meu filho e foi um prazer enorme, porque o que vale não é só o evento e ganhar o prêmio. Durante a semana, fizemos várias pipas, testamos na rua. E essa integração, que a gente aprendeu na nossa infância, foi a melhor parte que o Festival poderia proporcionar. Hoje, os filhos da gente ficam ‘garrados’ no celular e no computador. Só de conseguir tirá-lo pelo menos por uma semana, pra gente continuar brincando, foi bom demais", comentou Gilson.
Quem também fez bonito e em escala muito maior foi Paulo Sérgio Ferreira, vencedor na categoria Maior Pipa. Com 85 centímetros, a pipa foi feita no capricho, com a ajuda do genro e da filha. Já a bicicleta de prêmio foi para o filho, o aniversariante do dia. "A organização está de parabéns. Foi a primeira vez que vim e vou voltar mais vezes. A gente vê que se isso acontece é porque o prefeito e todas as pessoas que trabalham com ele têm competência para fazer o que estão fazendo. Parabéns à Prefeitura de Ipatinga", elogiou o morador de Coronel Fabriciano. Da mesma cidade veio também o ganhador da categoria Destaque, Bruno Martins, que já sabe onde guardar a prova da conquista: "Essa medalha vai virar decoração no meu quarto", festejou.
A vida vale mais
O 2º Festival Municipal de Pipas e Papagaios reservou momentos também para mensagens de conscientização. Em um deles, representantes da Cemig realizaram um experimento usando uma maquete. Foi simulado o impacto de uma linha ou galho de árvore ao tocar na rede elétrica. O resultado: fogo e acidente na certa, podendo ser fatal, o que impressionou pais e crianças.
"A pessoa tem que considerar o que vale mais, se é a vida ou a pipa. E a gente tem batido muito nessa tecla de que a vida é mais importante. Então, não vale a pena tentar pegar uma pipa que caiu na rede. E além da questão da vida, ainda tem a questão do desligamento, de deixar várias pessoas sem energia", explicou André Luiz Martini, gerente da Cemig.
Só em 2018, pipas e papagaios soltos em locais impróprios prejudicaram o fornecimento de energia e penalizaram 750 mil residências mineiras. Neste ano, de janeiro a maio, a brincadeira interrompeu o fornecimento para mais de 100 mil clientes no Estado, sendo cerca de 40 ocorrências só na região Leste. "Por isso, o melhor a fazer é buscar ambientes seguros como o Parque Ipanema, longe da rede elétrica. Assim, a brincadeira é muito melhor", ensina André.