WhatsApp do Lula? governo Lula lançará licitação para criar plataforma brasileira de mensagens
Novo sistema visa aumentar segurança das comunicações governamentais e responder à necessidade de uma alternativa segura em meio a conflitos com redes sociais internacionais.
Por Plox
02/09/2024 09h48 - Atualizado há 10 meses
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está prestes a iniciar um processo de licitação para desenvolver uma nova plataforma de mensagens por celular, com características similares ao WhatsApp. O foco inicial será o uso corporativo, restrito aos servidores da própria agência. A informação foi divulgada pela revista Veja.
Foco em segurança e soberania nacional
O presidente da ABDI, Ricardo Capelli, destacou que a principal motivação por trás do desenvolvimento dessa plataforma é a criação de uma alternativa nacional e segura para as comunicações governamentais. Em um cenário onde a privacidade e a segurança das informações são cada vez mais importantes, o novo sistema poderia se expandir futuramente para outros órgãos federais, proporcionando uma camada adicional de proteção às informações sensíveis do governo.
Capelli lembrou que a ideia não surgiu como uma reação imediata aos conflitos recentes entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a rede social X/Twitter, mas reflete uma preocupação de longa data com a segurança das comunicações no Brasil. Ele mencionou casos passados de espionagem, como o monitoramento das comunicações da ex-presidente Dilma Rousseff pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, como exemplos da necessidade de um sistema que assegure a soberania e a confidencialidade das informações governamentais.

Contexto de conflitos com redes sociais internacionais
O desenvolvimento dessa nova plataforma ocorre em meio a uma série de disputas entre o STF e a rede social X/Twitter, de propriedade do bilionário Elon Musk. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a derrubada temporária da rede social no Brasil devido ao não cumprimento de ordens judiciais. Esse incidente destacou ainda mais a necessidade de soluções nacionais para a comunicação digital, que possam operar de maneira independente das grandes empresas de tecnologia internacionais.
Interesse de empresas brasileiras
Segundo Capelli, mais de dez empresas nacionais já demonstraram interesse em participar do desenvolvimento da nova plataforma de mensagens. Ele enfatiza que a criação desse sistema não é fruto de paranoia ou teorias da conspiração, mas sim uma resposta às ameaças reais que o governo brasileiro já enfrentou em termos de quebra de sigilo em comunicações.
“Não estamos querendo banir as plataformas de mensagens atuais, mas sim criar uma alternativa segura que represente a soberania nacional e assegure a confidencialidade das informações trocadas”, declarou Capelli. Ele também mencionou que, atualmente, até mesmo policiais federais e membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizam plataformas estrangeiras para se comunicar, o que é considerado um risco significativo.
Estimativas e custos
Ainda não há uma estimativa precisa dos custos envolvidos no desenvolvimento da nova plataforma, mas Capelli sugere que o projeto não deve exigir investimentos exorbitantes, uma vez que as empresas interessadas já se mostram dispostas a contribuir com o processo de criação. A proposta, portanto, avança como uma tentativa estratégica de fortalecer a segurança das comunicações dentro do governo brasileiro, com a perspectiva de se tornar uma ferramenta fundamental para a preservação da soberania nacional.