Agente penal que baleou entregador já foi condenado por agressão e é investigado por carro clonado
José Rodrigo Ferrarini responde a três processos: violência contra ex, receptação e disparo contra entregador que se recusou a subir no prédio
Por Plox
02/09/2025 11h54 - Atualizado há 3 dias
O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, preso após atirar no pé do entregador Valério de Souza Júnior durante uma discussão em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, já possui um histórico de infrações graves, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

De acordo com a Seap, Ferrarini já foi condenado judicialmente por violência doméstica contra sua ex-mulher, além de responder por uso de veículo clonado. Atualmente, ele é alvo de uma sindicância por ter disparado contra o entregador que se recusou a subir até seu apartamento para entregar um pedido.
O caso mais recente ocorreu na sexta-feira (29), quando Valério Júnior levou um tiro no pé após a recusa. A Seap classificou a ação como “abominante” e afastou o servidor por 90 dias. A suspensão terá efeito apenas quando Ferrarini for solto, já que permanece preso.
A primeira infração disciplinar refere-se à agressão cometida contra a ex-companheira em março de 2016. Dois anos depois, Ferrarini se declarou culpado e foi condenado a 3 anos e 10 meses de prisão em regime aberto com base na Lei Maria da Penha. A pena foi convertida em suspensão condicional por ele ser réu primário, e a condenação prescreveu em 2023. No âmbito administrativo, a Seap aplicou 20 dias de suspensão.
Já em janeiro de 2025, Ferrarini foi detido pela Polícia Rodoviária Federal na Rodovia Presidente Dutra, em Duque de Caxias, dirigindo um Volkswagen Nivus com sinais de clonagem. Ele alegou ter comprado o carro de um vendedor informal, sem apresentar documentos ou comprovantes. Após checagem, a polícia identificou que os dados do veículo estavam adulterados, com possível ligação a roubo ou furto. Ele foi autuado por receptação na 60ª DP e liberado após pagamento de R$ 11 mil de fiança.
A terceira investigação aberta pela Seap trata do disparo contra Valério Júnior. O entregador havia se recusado a subir até o apartamento, o que gerou a discussão. Após o tiro, a vítima ainda recebeu uma mensagem pedindo que cancelasse o pedido. A Corregedoria acompanha o caso e conduz a apuração interna.
Ferrarini ingressou na Seap em 2011, após ser aprovado em concurso em 2006. Segundo dados de julho de 2025 do Portal da Transparência do Governo do RJ, seu salário mensal gira em torno de R$ 10 mil.
O caso segue sob investigação pelas autoridades policiais e administrativas.