Brasileiro morador de Valadares morre em combate na guerra da Ucrânia

Bruno de Paulo Carvalho, natural de Barra de São Francisco, atuava como técnico de enfermagem e voluntário na linha de frente

Por Plox

02/09/2025 15h29 - Atualizado há 5 dias

A família de Bruno de Paulo Carvalho, natural de Barra de São Francisco (ES) e morador de Governador Valadares (MG), recebeu nesta segunda-feira (1º) a confirmação de sua morte durante a guerra na Ucrânia.


Bruno estava no país há cerca de quatro meses, atuando como voluntário. Relatos apontam que ele foi deslocado para a linha de frente do conflito, onde acabou sendo morto em combate.




Segundo informações da esposa, mãe de seu filho, a comunicação foi feita por uma tradutora que coordenava a equipe de voluntários. No momento do ataque, Bruno estava acompanhado de outros três combatentes — dois ucranianos e um brasileiro. Apenas este último sobreviveu, mas permanece internado em estado grave e sem condições de fala.


Antes de viver em Governador Valadares, Bruno residia no bairro Colina, em Barra de São Francisco. Ele trabalhava como técnico de enfermagem e atuou em hospitais de Mantena e Governador Valadares, além de ter sido linha de frente no combate à Covid-19, inclusive em ambulâncias do Samu.


Em 2022, foi contratado para o Hospital Regional de Governador Valadares, onde permaneceu até fevereiro deste ano, quando decidiu se alistar no exército ucraniano. A decisão de viajar surpreendeu até familiares próximos, que não foram informados de seus planos.


A mãe, Betânia Paulo, que mora em Barra de São Francisco, lamentou profundamente a perda. “Recebi a notícia e estou sem chão, sem saber o que fazer. Gostaria, pelo menos, de poder fazer um enterro decente para meu filho”, disse emocionada.


Bruno deixou dois filhos: uma menina de 6 anos, criada por ele desde a gestação, e um menino de 5 anos, seu filho biológico. A família aguarda informações oficiais sobre o traslado do corpo para que o sepultamento seja realizado em sua terra natal, no Espírito Santo.


Durante sua trajetória profissional, Bruno foi reconhecido pelo empenho e dedicação, especialmente nos períodos mais críticos da pandemia, quando participou de várias transferências diárias de pacientes e reforçou o atendimento hospitalar mesmo em suas folgas.


A morte de Bruno reforça os alertas do Itamaraty sobre os riscos de brasileiros se engajarem em conflitos armados no exterior, em especial na guerra da Ucrânia.


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