Condenada novamente, biomédica de Divinópolis deformou glúteos de paciente

Profissional, que já cumpre prisão domiciliar por morte em lipoaspiração, recebeu nova sentença por procedimento estético invasivo

Por Plox

02/09/2025 09h46 - Atualizado há 2 dias

Uma biomédica de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, foi condenada pela quarta vez por envolvimento em práticas ilegais da medicina. A nova sentença foi motivada pela deformação dos glúteos de uma paciente após um procedimento estético realizado de forma irregular.


Imagem *


Atualmente, ela já cumpre pena em regime domiciliar pela morte de uma mulher de 46 anos durante uma lipoaspiração feita anteriormente. Na decisão mais recente, o juiz Mauro Riuji Yamane entendeu que a profissional executou um procedimento invasivo, com uso de cânulas e anestesia, reservado exclusivamente a médicos.


Segundo o depoimento da vítima, o procedimento causou fortes dores e impactos psicológicos, além de afastamento do trabalho. A condenada foi sentenciada a quatro anos e um mês de reclusão em regime semiaberto e mais oito meses e cinco dias em regime aberto, por lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina. A pena considerou agravantes como motivo torpe e traição. A profissional poderá recorrer em liberdade.



Outros casos envolvendo a mesma biomédica já resultaram em condenações. Em uma das sentenças, ela foi punida com quatro anos e seis meses de prisão por deformar a boca de um homem de Belo Horizonte após um procedimento estético realizado em sua clínica. A Justiça também determinou o pagamento de R$ 50 mil de indenização à vítima.


Na ocasião, a profissional aplicou uma substância inadequada nos lábios e queixo do paciente, utilizando cânulas e anestesia, sem qualquer exame prévio. O homem sofreu dores intensas, inchaço e sinais de necrose, sendo posteriormente encaminhado ao Hospital João XXIII, onde foi atendido e iniciou tratamento especializado no Instituto Thoppi.



Além disso, ela foi condenada a pagar R$ 56.550 a outro paciente de Belo Horizonte, que teve complicações graves após uma harmonização facial feita sem a devida habilitação técnica.


No caso mais grave, a morte de uma paciente durante uma lipoaspiração levou à prisão da biomédica e de outros três funcionários da clínica. A cirurgia foi feita sem avaliação de risco, em condições inadequadas, e por um valor promocional. A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu mesmo após ser socorrida pelo SAMU.


A investigação da Polícia Civil revelou diversas irregularidades no local, como falta de estrutura para atendimento emergencial, excesso de anestésicos e ocultação de materiais utilizados. A clínica não tinha autorização para realizar cirurgias, operando apenas como estabelecimento estético.



Após descumprir medida cautelar, a profissional chegou a ser presa, mas foi solta dias depois. A Justiça entendeu que o período de detenção foi suficiente para reforçar a exigência de respeito às ordens judiciais.



Destaques