CPMI pede prisão de Careca do INSS e outros investigados por fraudes
Relator Alfredo Gaspar solicitou prisão preventiva de mais de 20 nomes ligados ao esquema de descontos ilegais contra aposentados
Por Plox
02/09/2025 07h01 - Atualizado há 2 dias
Na noite desta segunda-feira (1º), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas aprovou, por unanimidade, um ofício pedindo a prisão preventiva de mais de vinte investigados pela Polícia Federal. O principal alvo é Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como 'Careca do INSS'.

O documento aprovado será encaminhado ao ministro André Mendonça, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito que trata das fraudes. Caberá a ele decidir se as prisões preventivas serão decretadas, já que a CPMI não possui competência para determinar esse tipo de medida — a comissão só pode prender em casos de flagrante.
Entre os nomes listados também está o de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, que deixou o cargo após a operação Sem Desconto. Outros citados são André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de benefícios, e seu filho, o advogado Eric Douglas Martins Fidelis; além de Cecília Rodrigues Mota, advogada apontada como operadora responsável pelo pagamento de propinas a servidores.
A lista inclui ainda: Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador do INSS, sua esposa Thaisa Hoffmann Jonasson e a sócia Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira. Aparecem também Alexandre Guimarães, ex-diretor de governança do INSS, e empresários como Domingos Sávio de Castro, dono de empresas de telemarketing usadas nas fraudes.
Outros investigados são: Rubens Oliveira Costa, Milton Salvador de Almeida Junior e Romeu Carvalho Antunes, ligados ao Careca do INSS; Adelinon Rodrigues Júnior, operador de call center; Geovani Batista Spiecker, ex-diretor-substituto; além de servidores como Reinaldo Carlos Barroso de Almeida, Vanderlei Barbosa dos Santos e Jucimar Fonseca da Silva, afastados após a operação da PF.
O pedido também atinge o agente da Polícia Federal Philipe Roters Coutinho, apontado como participante do esquema, além dos empresários Maurício Camisotti e Márcio Alaor, envolvidos com fraudes em consignados.
A decisão da CPMI foi fundamentada nas informações apresentadas pelo advogado Eli Cohen, considerado peça central para a elucidação das fraudes. Cohen reuniu provas, prestou depoimento à comissão e apresentou notícia-crime detalhando os mecanismos utilizados para lesar os beneficiários do INSS.
\"O ofício será entregue ao ministro André Mendonça, que tem a palavra final sobre as prisões preventivas\"
, destacou o relator Alfredo Gaspar, deputado pelo União Brasil de Alagoas.
Com a votação, os próximos passos dependem agora do Supremo Tribunal Federal, que avaliará o material reunido pela CPMI e decidirá se os acusados terão a prisão preventiva decretada.