Imprensa mundial destaca julgamento de Bolsonaro no STF
The Economist, NYT, Le Monde e outros veículos repercutem processo por tentativa de golpe após eleições de 2022
Por Plox
02/09/2025 09h23 - Atualizado há 2 dias
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem início nesta terça-feira (02/09), ganhou grande repercussão em veículos da imprensa internacional. O processo envolve acusações de tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 e inclui outros sete réus. A previsão é que a sentença seja divulgada até o dia 12 de setembro.

Revistas e jornais como \"The Economist\", \"The Guardian\", \"The New York Times\", \"Bloomberg\" e \"Le Monde\" publicaram matérias analisando os desdobramentos do caso. A cobertura se intensificou após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhar uma carta ao presidente Lula pedindo a suspensão do julgamento, o que ampliou o clima de tensão diplomática entre Brasil e EUA.
A revista britânica \"The Economist\" publicou três reportagens sobre o assunto. Na mais recente, descreveu os atos de 8 de janeiro de 2023 como “esquisitos e bárbaros”, referindo-se ao clima festivo nos acampamentos em frente a quartéis de Brasília. Em outra edição, a publicação afirmou que “o Brasil oferece uma lição de democracia aos EUA”, ao comparar os episódios envolvendo Bolsonaro e Trump.
O jornal norte-americano \"The New York Times\" abordou a atuação do STF, questionando se o tribunal estaria protegendo a democracia ou excedendo seus limites. A publicação relatou ainda as restrições aplicadas a Bolsonaro, como a vigilância reforçada e os receios de uma possível tentativa de fuga, além de destacar que a carta de Trump fortaleceu a decisão do governo brasileiro de manter o processo.
Na análise da agência \"Bloomberg\", as tensões também se estenderam à família Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro teria visto como conquista pessoal a imposição de tarifas de 50% por Trump contra produtos brasileiros, acreditando ter influenciado essa medida. Já Jair Bolsonaro teria considerado a atitude do filho “imaturo”. A agência avaliou que o apoio de Trump acabou sendo prejudicial, dando a entender que a família estaria mais interessada em autoproteção do que na estabilidade política.
O jornal britânico \"The Guardian\" ressaltou a prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica impostos a Bolsonaro. A publicação também citou a descoberta de um rascunho de pedido de asilo à Argentina, o que reforçou a vigilância sobre o ex-presidente e aumentou as expectativas de condenação.
O francês \"Le Monde\" mencionou que Bolsonaro é considerado um “risco de fuga” e que, se condenado, poderá cumprir longa pena de prisão. O jornal também noticiou o aumento das tensões diplomáticas após os Estados Unidos revogarem o visto do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Em resposta, o presidente Lula classificou a articulação entre Eduardo Bolsonaro e Trump como “uma das piores traições que o país sofreu”.