Mulher é indiciada após ataque verbal a Flávio Dino em voo

Durante a tarde da última segunda-feira, um incidente envolvendo uma passageira e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, chamou atenção no voo que partia de São Luís com destino a Brasília. Enquanto aguardava o início da decolagem, o ministro foi surpreendido por gritos vindos de uma mulher que embarcava na aeronave.

Foto: STF

Segundo informações do gabinete de Dino, a passageira, ao reconhecer o ministro, passou a ofendê-lo verbalmente com frases como: “não respeito essa espécie de gente” e “esse avião está contaminado”. Em meio aos insultos, ela ainda teria tentado se aproximar do assento onde o ministro estava, sendo contida a tempo por um agente de segurança.

A Polícia Federal foi acionada no próprio aeroporto de São Luís, por meio de um agente que estava de serviço no local. O episódio foi encaminhado à Superintendência da PF em Brasília, onde foi aberto um procedimento investigativo.

A corporação confirmou nesta terça-feira (2) que a mulher foi formalmente indiciada pelos crimes de injúria qualificada e incitação ao crime. A ação ocorre justamente na véspera de um dos julgamentos mais aguardados do ano no STF, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Agressões físicas e verbais, ainda mais no interior de um avião, são inaceitáveis, inclusive por atrapalharem outros passageiros e colocarem em risco a operação do próprio voo, que é um serviço essencial”, destacou a assessoria do ministro em nota oficial.

No mesmo dia do indiciamento, o Supremo Tribunal Federal deu início ao julgamento da ação penal que pode levar Bolsonaro a cumprir pena superior a 40 anos de prisão. O processo examina a responsabilidade do ex-presidente e outros sete integrantes do que a Procuradoria-Geral da República classificou como “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado.

Flávio Dino integra a Primeira Turma do STF, que é responsável pelo julgamento. A previsão é que os trabalhos se estendam até sexta-feira (12). Bolsonaro, que está em prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica, não compareceu à sessão desta terça-feira. Ele continua negando todas as acusações e classificando as denúncias da PGR como “absurdas”.

O caso da passageira, agora indiciada, soma-se à crescente tensão que envolve os bastidores políticos do país, especialmente no contexto do julgamento de figuras centrais da tentativa de ruptura institucional denunciada pelo Ministério Público.