Proteínas em excesso: mais não significa melhor

Especialistas alertam sobre os riscos da ingestão exagerada e esclarecem mitos populares

Por Plox

02/10/2023 11h55 - Atualizado há mais de 1 ano

Recentemente, tem se observado um crescimento no número de influenciadores fitness que promovem dietas ricas em proteínas nas redes sociais, principalmente voltadas para aqueles que buscam hipertrofia muscular. Entre os produtos frequentemente mencionados, destacam-se whey protein, barrinhas proteicas, carnes magras e ovos.

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Perigos do consumo excessivo

Contrariando o que muitos pregam, a ingestão excessiva de proteínas não necessariamente beneficia a musculatura. "O organismo sabe a quantidade de proteína de que realmente necessita", explica a médica Maria Edna de Melo, do HC-FMUSP. Ela destaca que o excesso é transformado em glicose no fígado ou eliminado pela urina. Além disso, a nutricionista esportiva Vivian Ragasso ressalta que proteínas animais, como carnes e ovos, também contêm gorduras que, quando consumidas em excesso, podem elevar os níveis de colesterol e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

Impacto na microbiota intestinal

Além das consequências já mencionadas, a proteína em excesso pode desequilibrar a microbiota intestinal. Segundo Moara Neves, nutricionista, isso pode causar o crescimento de bactérias tóxicas e diminuição das benéficas. Sintomas como o intestino solto podem ser um indicativo desse desequilíbrio.

Quantidade recomendada de proteína

O consumo diário recomendado de proteínas varia de acordo com o perfil e atividades do indivíduo. A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a nutricionista esportiva Vivian Ragasso fornecem diretrizes específicas para diferentes grupos, desde sedentários até atletas de força. No entanto, a recomendação universal é que a ingestão não exceda 2,0 gramas de proteína por quilo de peso.

Whey protein: necessário ou não?

O whey protein, derivado das proteínas do soro do leite, é indicado para quem não consegue atingir a dose diária recomendada de proteínas apenas pela alimentação. No entanto, caso essa dose seja alcançada naturalmente, a suplementação pode ser desnecessária. "O whey é um facilitador da dieta", observa Ragasso, ressaltando que a consulta a um especialista é fundamental para uma decisão informada sobre a suplementação.

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