Diretor mineiro imagina o futuro do estado em animação "Placa-Mãe"

Primeiro longa-metragem de animação feito no interior de Minas estreia nos cinemas amanhã

Por Plox

02/10/2024 09h48 - Atualizado há 2 meses

O diretor Igor Bastos, entusiasta de ficção científica, traz em "Placa-Mãe" um Senado semelhante ao visto na saga "Star Wars". Durante suas pesquisas, Bastos observou que o Senado brasileiro poderia ter inspirado a produção de Hollywood, devido à sua arquitetura futurista e luxuosa. "Analisamos senados de vários países, como Alemanha, Portugal e Índia, e ao comparar, notamos que o Senado brasileiro tinha um ar mais futurista. Não posso afirmar com certeza, mas acredito que Brasília serviu de referência para 'Star Wars'", comenta Bastos.

 

Foto: O2 PLAY/DIVULGAÇÃO

"Placa-Mãe" é o primeiro longa-metragem de animação produzido no interior de Minas Gerais e contém várias referências, como a trilogia "Fundação" de Isaac Asimov e o trabalho do cineasta David Lynch – os personagens principais, dois garotos, são nomeados David e Lina. No entanto, o objetivo do diretor não é replicar produções estrangeiras.

A narrativa se passa em terras mineiras, evidenciando o sotaque local dos personagens. "Há um componente sentimental ao querer se enxergar na tela. A história se passa em Minas Gerais de forma natural, pois é um ambiente familiar para mim", explica Bastos. Ele ressalta a importância de imaginar o futuro do Estado: "Geralmente, projetamos um futuro americano, como em 'Blade Runner', ou japonês, repleto de tecnologia. Nunca vi uma representação de nosso próprio futuro, e essa construção é importante para gerar reflexão."

Na trama, uma robô adota dois garotos, fato explorado de forma sensacionalista por um político. "O interessante de ter uma robô na história é que ela se encaixa em qualquer família que se sinta reprimida por questões políticas ou ideológicas. Isso nos dá a capacidade de dialogar com qualquer público, já que não existe uma 'família normal'", reflete o diretor.

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