Israel intercepta flotilha com brasileiros a caminho de Gaza
Entre os 15 brasileiros detidos está a deputada federal Luizianne Lins; governo brasileiro condena ação militar de Israel
Por Plox
02/10/2025 12h30 - Atualizado há 1 dia
Em mais um capítulo das tensões envolvendo a Faixa de Gaza, Israel interceptou a flotilha internacional Sumud, impedindo que ativistas internacionais, entre eles 15 brasileiros, chegassem ao território palestino. A deputada federal Luizianne Lins (PT) estava a bordo de uma das embarcações, que pretendiam levar ajuda humanitária para a região sitiada.

A ação militar foi duramente criticada pelo governo brasileiro, que divulgou nota oficial demonstrando preocupação com a integridade física dos detidos e condenando a postura israelense.
\"O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica\"
, diz trecho da nota divulgada pelo Itamaraty.
Além da parlamentar, o ativista Thiago Ávila também integrava a comitiva brasileira. Ele já havia participado de outra tentativa de envio de ajuda a Gaza em junho, ocasião em que foi preso, colocado em cela solitária e chegou a fazer greve de fome e sede como forma de protesto.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato direto com as autoridades israelenses, a fim de prestar a assistência consular necessária, conforme prevê a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
A flotilha contava com participantes de mais de 40 nacionalidades. Um dos nomes de maior destaque entre os detidos é o da ativista ambiental sueca Greta Thunberg.
Israel comunicou, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (1º), que 44 das 45 embarcações já foram interceptadas, enquanto o último barco ainda se aproximava da zona de bloqueio. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, todos os passageiros estavam “seguros e com boa saúde” e seriam levados a um porto israelense para posterior deportação à Europa.
A nota oficial israelense também classificou a operação como uma resposta a uma tentativa de violar o bloqueio marítimo, afirmando que qualquer embarcação que se aproxime será impedida de romper as restrições impostas à região, considerada zona de conflito ativo.
Em sua manifestação, o Itamaraty ressaltou o caráter pacífico da missão e reiterou a defesa da liberdade de navegação em águas internacionais. O governo brasileiro também reforçou o apelo pelo fim imediato e incondicional de todas as restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, lembrando as obrigações do Estado israelense como potência ocupante segundo o direito internacional humanitário.
Enquanto isso, a expectativa é de que os ativistas detidos, incluindo os brasileiros, sejam deportados nas próximas horas. O caso segue gerando repercussão internacional, reacendendo debates sobre a crise humanitária em Gaza e a legitimidade das ações de bloqueio realizadas por Israel.