Mercado pet mineiro movimenta R$ 7,3 bilhões e cresce com nova relação entre tutores e animais

Pesquisa da Fecomércio MG revela que os pets são cada vez mais tratados como membros da família e impulsionam negócios em Minas Gerais

Por Plox

02/10/2025 10h24 - Atualizado há 1 dia

Na véspera do dia de São Francisco de Assis, celebrado em 4 de outubro e conhecido como o santo protetor dos animais, o mercado pet em Minas Gerais revela um crescimento impressionante, consolidando-se como um dos mais fortes do Brasil. Em 2024, o setor no estado registrou um faturamento de aproximadamente R$ 7,3 bilhões, respondendo por cerca de 10% da movimentação nacional, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação.


Imagem Foto: Divulgação


Esse avanço acompanha uma transformação cultural que reposiciona os animais de estimação no centro da vida familiar. A nova realidade foi captada em uma pesquisa do Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG, que analisou o funcionamento dos pet shops em Minas Gerais e revelou o perfil das empresas e os hábitos de consumo dos tutores.



A maioria dos estabelecimentos (71,5%) adota um modelo híbrido, oferecendo tanto produtos quanto serviços. A demanda é fortemente concentrada em cães (98,5%) e gatos (91,0%), de acordo com os empreendedores do setor. Alimentação lidera a lista dos itens mais vendidos, seguida por brinquedos e acessórios. Entre os pet shops especializados apenas na venda de produtos, 95,8% oferecem alimentos para os animais.



Nos serviços, o banho e tosa se destaca como o mais procurado: entre os estabelecimentos que oferecem exclusivamente serviços, 71,9% disponibilizam esse atendimento e o classificam como de procura alta ou regular. A área de saúde também tem presença relevante: 50,4% dos pet shops mineiros contam com atendimento veterinário, mas apenas 23,6% atendem todas as espécies de animais. Planos de saúde ainda são pouco comuns, ofertados por apenas 11,9% dos empreendimentos, com destaque para os nomes Petlove e Plamev.



A economista Gabriela Martins, da Fecomércio MG, explica que essa transformação está ligada à nova forma como os animais são vistos dentro dos lares. 

"O aumento pela busca de companhia animal está transformando a relação entre humanos e pets. Com os animais de estimação se tornando membros da família, o investimento em seu bem-estar é prioridade. Vemos isso no aumento do gasto com alimentação, creche, passeadores (dog walkers) e saúde", destacou.



Outro dado relevante aponta que quase metade dos pet shops (42,1%) estima que seus clientes gastam, em média, entre R$ 50 e R$ 100 por visita. Gabriela acrescenta que ainda há espaço para desenvolvimento, especialmente no atendimento digital e na oferta de planos de saúde. A presença digital ainda é restrita: apenas 30,4% dos pet shops realizam vendas pela internet. Entre as ferramentas digitais utilizadas, o WhatsApp é o mais popular (66,3%), seguido pelas redes sociais (42,6%).



Com relação ao perfil das empresas, a maioria dos pet shops em Minas são micro e pequenas empresas, com até nove funcionários (78,1%). A faixa de tempo mais comum de atuação no mercado é entre seis e dez anos, o que representa 38,4% dos entrevistados.


A comercialização de animais é rara entre os pet shops do estado: 89,5% não realizam esse tipo de venda. Apenas 7,3% vendem animais, e 10,6% disponibilizam pets para adoção.


Por trás do levantamento, está a Fecomércio MG, entidade que representa mais de 750 mil empresas no estado. Com 86 anos de história, a Federação também é responsável pela gestão do Sesc e Senac em Minas Gerais e atua em defesa do setor comercial junto aos governos e à sociedade.


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