Coqueluche: Minas registra 439 casos e duas mortes e intensifica imunização em grupos de risco

Campanha mobiliza 853 municípios para proteger grávidas, recém-nascidos e profissionais de saúde com vacina dTpa.

Por Plox

02/12/2024 15h06 - Atualizado há 10 dias

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lançou nesta segunda-feira (2/12) uma campanha de vacinação contra a coqueluche, que se estenderá até 31 de março, nos 853 municípios do estado. A ação busca ampliar a imunização com a vacina dTpa para públicos prioritários, como gestantes e profissionais que lidam diretamente com recém-nascidos. De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até a Semana Epidemiológica 46 de 2024, foram registrados 991 casos suspeitos da doença, dos quais 439 foram confirmados, além de dois óbitos em recém-nascidos. Veja os detalhes na Live.

 

A ação disponibiliza a vacina dTpa com o objetivo de aumentar a proteção de gestantes, recém-nascidos e crianças de até três meses de idade. “O objetivo da SES-MG é aumentar a proteção de públicos que lidam diretamente com grávidas, recém-nascidos e crianças de até três meses de idade, que ainda não receberam esta vacina”, afirmou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdocimi.
 

Público-alvo da campanha
A vacinação está voltada a profissionais que têm contato direto com os grupos mais vulneráveis. Entre os principais públicos-alvo estão:

Profissionais de saúde pública e privada: ginecologistas, obstetras, pediatras e equipes que atuam em UTIs e UCIs neonatal.
Doulas: que acompanham gestantes no pré-natal, parto e pós-parto.
Trabalhadores de berçários e creches: responsáveis por cuidar de crianças até 4 anos.
Para receber a vacina, os profissionais precisam apresentar documentos de identificação e comprovação de atuação na área em qualquer unidade de saúde do estado.

 

Disponibilidade de doses
A SES-MG já distribuiu 223.796 doses da vacina dTpa para as Unidades Regionais de Saúde (URS), atendendo à demanda de cada município. Segundo Eduardo Prosdocimi, o objetivo é garantir ampla cobertura:
“É fundamental que o governo consiga aumentar o público com acesso a essa vacina para diminuirmos a possibilidade de casos, inclusive graves, e tentar evitar todo e qualquer óbito dessa doença, que é imunoprevenível, e que, portanto, pode e deve ser evitada com o uso da vacina.”

Panorama da coqueluche em Minas Gerais
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até a Semana Epidemiológica 46 de 2024, foram registrados 991 casos suspeitos, com 439 confirmações e dois óbitos. Ambos os óbitos ocorreram em recém-nascidos cujas mães não haviam recebido a vacina dTpa durante a gestação.

Em anos anteriores, os números da doença foram mais controlados:

2021 a 2023: 14 casos confirmados anualmente, sem óbitos.
2020: 37 casos confirmados, também sem óbitos.


Desafios na cobertura vacinal
A meta de cobertura vacinal contra a coqueluche é de 95%, mas Minas Gerais ainda enfrenta dificuldades para alcançá-la:

Vacina pentavalente: 87,6% de cobertura entre janeiro e agosto de 2024.
Vacina DTP: 87,62% no mesmo período.
Vacina dTpa para gestantes: Atingiu 94,02%, mas os dados ainda são parciais e podem sofrer alterações.

 


 

O que é a coqueluche
A coqueluche, conhecida por apresentar sintomas iniciais semelhantes aos de um resfriado (coriza, febre leve e tosse), pode evoluir para tosse severa, vômitos após os episódios de tosse e dificuldade para respirar. A doença é altamente contagiosa e transmitida por gotículas de saliva, especialmente em casos de contato com pessoas não vacinadas.

Com a intensificação da campanha, a SES-MG busca reduzir drasticamente o impacto da coqueluche no estado, protegendo principalmente os mais vulneráveis.

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