Filho condenado por drogas e porte ilegal de armas é perdoado por Joe Biden
Decisão evita prisão e é justificada como resposta a perseguição política e erro judicial.
Por Plox
02/12/2024 09h41 - Atualizado há 8 dias
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (1º) o perdão "total e incondicional" ao seu filho, Hunter Biden, evitando que ele seja preso por condenações envolvendo a compra ilegal de uma arma e a sonegação de US$ 1,4 milhão em impostos. A medida, tomada semanas antes da sentença de Hunter, reverte uma posição anterior de Biden, que havia afirmado publicamente que não usaria os poderes presidenciais para beneficiar familiares.
Mudança na postura de Biden
Durante as investigações e condenações, Joe Biden manteve uma postura rígida, afirmando que respeitaria o processo judicial. Em junho deste ano, declarou: "Respeito a decisão do júri. Farei isso e não vou perdoá-lo". A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, reforçou a posição em novembro, descartando um perdão.
No entanto, ao justificar a decisão, Biden declarou que as acusações contra Hunter foram motivadas politicamente, resultando em um "erro judicial". Ele afirmou: "Nenhuma pessoa razoável que analise os fatos dos casos de Hunter pode chegar a outra conclusão além de que ele foi alvo apenas porque é meu filho".
Acusações contra Hunter Biden
Hunter Biden foi condenado em junho de 2024 por três crimes relacionados à compra de uma arma em 2018. Promotores alegaram que ele mentiu em um formulário federal ao negar o uso de drogas, violando a lei.
Além disso, Hunter enfrentava acusações fiscais por não pagar US$ 1,4 milhão em impostos, que poderiam resultar em até 17 anos de prisão. Em uma tentativa de amenizar os impactos, ele concordou em se declarar culpado por contravenção e crime, movimento que visava evitar um julgamento com grande exposição pública.
Hunter admitiu seus erros, afirmando que assumiu a responsabilidade por seus atos durante o "período mais sombrio" de sua luta contra o vício em crack. Após receber o perdão, ele declarou em um comunicado: "Nunca subestimarei o alívio que me foi concedido e dedicarei minha vida a ajudar aqueles que ainda estão doentes e sofrendo".
Contexto histórico e impacto político
A decisão de Biden ocorre pouco antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que durante anos utilizou os problemas legais de Hunter como arma política contra o atual presidente. Trump rotineiramente acusava a família Biden de corrupção e favorecimento.
A concessão de perdão presidencial para familiares não é inédita na política americana. O ex-presidente Bill Clinton perdoou seu irmão, Roger Clinton, por acusações de uso de cocaína, enquanto Donald Trump, antes de deixar o cargo, concedeu perdão ao pai de seu genro, Charles Kushner, por crimes fiscais. Contudo, ambos os casos ocorreram após o cumprimento das penas, diferentemente do caso de Hunter, que ainda aguardava sentença.
Repercussão e consequências legais
O perdão presidencial impede qualquer tentativa de revogação pela administração futura, garantindo que Hunter Biden não será preso por esses crimes. A decisão também levanta questionamentos sobre o uso do poder executivo para proteger familiares, alimentando o debate político em torno do caso.
Hunter Biden, que esteve ao lado da família durante o feriado de Ação de Graças em Nantucket, Massachusetts, afirmou ter aceitado o acordo judicial para poupar seus entes queridos de mais constrangimento. As acusações incluíam detalhes pessoais de sua luta contra o vício, amplamente explorados por seus opositores.