Lula rompe promessa sobre reajuste do salário mínimo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em junho deste ano que não faria mudanças no cálculo do reajuste do salário mínimo. Durante entrevista ao UOL, o petista foi enfático ao assegurar que o aumento seguiria as regras vigentes, garantindo a reposição inflacionária e um acréscimo baseado no crescimento do PIB dos últimos dois anos. No entanto, essa promessa foi quebrada após o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nova regra do reajuste salarial
Fernando Haddad, ao apresentar um plano fiscal que visa economizar R$ 70 bilhões até 2025, informou que o reajuste do salário mínimo será limitado a 2,5% acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A medida, segundo o ministro, busca respeitar o "teto de crescimento real dos gastos".

Atualmente, o cálculo do salário mínimo inclui a inflação medida pelo INPC e o crescimento do PIB dos dois anos anteriores. Com a nova proposta, o crescimento real do PIB será limitado a 2,5% para fins de reajuste, alterando diretamente o poder aquisitivo previsto para o salário dos trabalhadores.

Declarações de Lula em junho
Em junho, Lula havia declarado com firmeza que não mexeria na fórmula de reajuste. “Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República. Quando você aumenta o salário mínimo, o que diz a lei que regulamenta ao aumento do salário mínimo? Você tem sempre que colocar a reposição inflacionária, porque é para manter o poder aquisitivo. E nós damos uma média do crescimento PIB dos últimos dois anos”, afirmou.

Ainda na mesma entrevista, o presidente reforçou o compromisso com os trabalhadores de menor renda: “O crescimento do PIB é exatamente para isso, para você distribuir entre os 200 milhões de brasileiros. E eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos. Não posso penalizar.”

Impacto das mudanças anunciadas
A alteração na regra de cálculo representa uma ruptura com o discurso defendido por Lula no início do ano. A medida também reflete o esforço do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo que isso implique ajustes em temas sensíveis, como o salário mínimo.