Polícia

‘Encrenqueiro e temido’: quem é o homem que arrastou e mutilou a ex com o carro na Marginal Tietê

Descrito por moradores como briguento e temido, Douglas Alves da Silva, 26, é investigado por atropelar e arrastar a ex-companheira, Tainara Souza Santos, na Marginal Tietê, causando a amputação das duas pernas, em um ataque que a polícia atribui a ciúmes e à recusa em aceitar o fim do relacionamento.

02/12/2025 às 10:53 por Redação Plox

Preso após atropelar, arrastar e mutilar a ex-companheira na Marginal Tietê, em São Paulo, Douglas Alves da Silva, 26 anos, é descrito por moradores da região como um homem briguento e temido. Ele já tinha passagem policial por porte ilegal de arma de fogo e era conhecido por se envolver em confusões.

Douglas Alves da Silva, de 26 anos, era conhecido na área pelo envolvimento em brigas e já havia respondido por porte ilegal de arma de fogo

Douglas Alves da Silva, de 26 anos, era conhecido na área pelo envolvimento em brigas e já havia respondido por porte ilegal de arma de fogo

Foto: Reprodução / Redes sociais.


O ataque aconteceu na manhã de sábado (29), na altura da Vila Maria, zona norte da capital paulista. A vítima, identificada como Tainara Souza Santos, foi atropelada e arrastada por vários metros e teve as duas pernas amputadas. Ela segue internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas, de acordo com os advogados da família, não corre risco de morte.

Histórico de violência e medo de testemunhas

Segundo a Polícia Civil, testemunhas já conheciam o histórico de violência de Douglas e relataram medo de falar com as autoridades. Mesmo assim, decidiram prestar depoimento diante da gravidade do caso.

Douglas foi preso no domingo (30). Ele foi baleado no braço após reagir à abordagem policial e tentar pegar a arma de um dos agentes. Na segunda-feira (1º), a Justiça decidiu manter sua prisão após audiência de custódia.


Douglas Alves da Silva foi detido no último domingo (30)

Douglas Alves da Silva foi detido no último domingo (30)

Foto: Reprodução / TV Bandeirantes.


Versão do agressor: “queria dar um susto”

Em depoimento, Douglas afirmou que a intenção era apenas assustar Tainara após uma briga em um bar. Ele contou que chegou ao local na sexta-feira (28), por volta das 21h, na companhia de um amigo identificado como Kauan, e começou a beber.


De acordo com o relato, o amigo teria se desentendido com um homem que estava com Tainara, e a discussão terminou em briga. Douglas disse que tentou separar os envolvidos, mas foi atingido no rosto com uma garrafa. Em seguida, entrou no carro com Kauan e deixou o local, mas avistou Tainara e o outro homem caminhando para fora do bar.


Ainda segundo o depoimento, Douglas teria feito uma manobra para aproximar o carro do casal com o objetivo de assustá-los, mas acabou atingindo Tainara, que ficou presa sob o veículo. Ele alegou ter acreditado que o carro apresentava uma falha mecânica e, por isso, acelerou.


Douglas também disse que estava com os vidros fechados e o som alto, o que o teria impedido de perceber os alertas de outros motoristas sobre o fato de Tainara estar sendo arrastada. Ele confessou que não prestou socorro e fugiu do local por medo de ser agredido por testemunhas.

Investigação aponta crime por ciúmes

A versão apresentada por Douglas não coincide com o que foi apurado pela polícia. As investigações indicam que ele mantinha um relacionamento esporádico com Tainara e teria agido movido por ciúmes e pela recusa em aceitar o fim da relação.


De acordo com a polícia, Kauan tentou convencer Douglas a parar o carro enquanto Tainara era arrastada na marginal. Mesmo assim, o motorista seguiu dirigindo. Tainara só conseguiu se soltar quando o corpo se desprendeu do veículo.


Parentes da vítima relataram que Douglas perseguia Tainara havia algum tempo e que os dois nunca chegaram a manter um relacionamento considerado sério. Ela permanece internada em UTI e não há, até o momento, indicação de risco de morte.

Imagens mostram atropelamento e arrasto

Câmeras de segurança registraram o momento em que Tainara é atropelada e arrastada pelo carro conduzido por Douglas. As imagens mostram a jovem caminhando a pé com outro homem quando é atingida por um veículo preto na Marginal Tietê.


Segundo os advogados da família, Tainara já passou por cirurgia para amputação das duas pernas e deverá ser transferida para outro hospital, onde passará por enxerto de pele nas áreas mais afetadas pelo contato com o asfalto.

Mutilação e quadro de saúde

De acordo com uma amiga de infância, Tainara perdeu um dos pés ainda durante o arrasto. O membro foi dilacerado, e os médicos tentaram recuperá-lo, mas a equipe acabou optando pela amputação das duas pernas, em alturas diferentes.


A mesma amiga relatou que Tainara apresentou inchaço no cérebro, mas exames de tomografia não indicaram gravidade no edema. A paciente permanece em acompanhamento intensivo.

Quem é Tainara


Descrita por familiares e amigos como uma mulher divertida, sorridente e “gente boa”, Tainara é mãe de dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 8, com quem mora sozinha. Ela gosta de sair para se divertir com amigos, familiares e os filhos, e mantinha vida ativa nas redes sociais, com registros de viagens e momentos de lazer.


Tainara permanece hospitalizada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Tainara permanece hospitalizada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Foto: Reprodução / Redes sociais.



Tainara trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico e vinha planejando mudanças e novos projetos pessoais antes do crime. Amigos a descrevem como alguém querida no círculo social, que fazia os outros rirem e evitava conflitos.

Família cobra responsabilização

Familiares, amigos e advogados de Tainara afirmam que pretendem lutar pela responsabilização de Douglas e pedem que o caso seja tratado com rigor pela Justiça. Para a família, o ataque que deixou Tainara mutilada na Marginal Tietê não foi acidente, mas resultado de violência e perseguição.

Compartilhar a notícia

V e j a A g o r a