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Política
CPMI do INSS convoca Zema e dirigentes de bancos para explicar rombo bilionário em consignados
Governador de Minas, executivos do Banco Master, Crefisa e o ministro da AGU, Jorge Messias, vão depor sobre fraudes em créditos consignados que esvaziaram aposentadorias e causaram prejuízo superior a R$ 6 bilhões ao INSS
02/12/2025 às 16:21por Redação Plox
02/12/2025 às 16:21
— por Redação Plox
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi convocado para depor na próxima sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reunião está marcada para quinta-feira (4/12), e a convocação foi anunciada pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), nas redes sociais, nesta terça-feira (2/12).
Governador Romeu Zema é chamado a prestar depoimento na CPMI que investiga fraudes no INSS
Foto: crédito: Reprodução/Agência Brasil
A chamada tem caráter obrigatório, o que obriga a presença do chefe do Executivo mineiro, embora ainda haja possibilidade de negociação de uma nova data. Também foram convocados o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro; a presidente da Crefisa, Leila Pereira; e o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Todos deverão esclarecer operações financeiras e concessões de crédito ligadas ao esquema que esvaziou aposentadorias de milhões de brasileiros e abriu um rombo superior a R$ 6 bilhões no INSS.
CPMI mira operações de consignado e Zema Financeira
A inclusão de Zema entre os convocados vinha sendo articulada desde a semana passada. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) informou ao Estado de Minas que apresentaria requerimento para ouvir o governador e aprofundar as investigações sobre a Zema Financeira, empresa do Grupo Zema.
Segundo o parlamentar, a oferta de crédito consignado para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Auxílio Brasil foi aberta ainda no governo Jair Bolsonaro, com autorização para apenas 12 instituições atuarem no segmento, entre elas a Zema Financeira. Esse cenário motivou pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa, da qual Zema é herdeiro e ex-administrador.
À reportagem, o deputado sustentou que a apuração busca identificar “eventuais conflitos de interesse, favorecimentos, tráfico de influência ou vantagens econômicas envolvendo decisões do governo federal e atividades da financeira”.
Clima tenso no Congresso após acusações contra Zema
O nome do governador também dominou um debate acalorado no Congresso no mesmo dia. Durante a discussão, Rogério Correia acusou Zema de “roubar demais”, o que provocou reação imediata do deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que saiu em defesa do correligionário.
Para rebater o petista, van Hattem declarou que não aceitava as acusações contra o governador mineiro e passou a elogiar Zema, classificando-o como o melhor gestor estadual do país, em tom de forte embate político.
Duas frentes de investigação na CPMI
Instalada em agosto, a CPMI do INSS divide os trabalhos em duas frentes. A primeira, praticamente concluída, concentra-se em descontos associativos irregulares em benefícios previdenciários. A segunda terá foco em empréstimos consignados fraudulentos.
De acordo com o presidente da comissão, a etapa inicial já mapeou o núcleo que teria desviado recursos da Previdência por meio de laranjas e empresas fantasmas. O senador afirmou que esse grupo está praticamente todo preso, e que a CPMI agora conclui a identificação dos operadores responsáveis por intermediar essas operações.
Viana também adiantou que a comissão já conta com uma delação premiada firmada e conduz negociação para uma segunda colaboração. Segundo ele, essa nova delação pode trazer informações consideradas relevantes para avançar na responsabilização dos envolvidos.
Foco em bancos e prazo para conclusão
A próxima etapa da investigação, prevista para começar em fevereiro de 2026, terá como alvo os bancos responsáveis pelos pagamentos dos benefícios. A CPMI tem prazo oficial para ser encerrada em março de 2026, mas esse período pode ser prorrogado, caso os parlamentares entendam ser necessário prolongar os trabalhos.
Nessa fase final, além da dimensão financeira, a comissão também pretende abordar o componente político do esquema, avaliando a atuação de agentes públicos e eventuais ligações com operadores privados.
Esquema nacional e participação de entidades
As investigações apontam que o núcleo da fraude operava a partir de Brasília, mas se espalhou por diversos estados. À medida que integrantes do grupo, especialmente Antônio Carlos Camilo, ganharam espaço e se sentiram protegidos politicamente, o esquema teria se expandido para Sergipe, Ceará, Maranhão, Pará, Amazonas e outras unidades da federação.
A estrutura envolvia federações e sindicatos ligados a organizações nacionais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Em Minas Gerais, documentos e ações judiciais indicam a participação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetaemg) e de cerca de 540 sindicatos associados.
Aposentados afetados por descontos não autorizados
Reportagem exclusiva do Estado de Minas, publicada em maio deste ano, revelou que os aposentados tiveram descontos mensais de cerca de 2% em seus benefícios sem conhecimento ou autorização. Esses valores eram vinculados a contribuições associativas ou operações financeiras irregulares, atingindo segurados em diferentes regiões do país.
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