Uma enfermeira de 68 anos perdeu mais de R$ 36 mil após cair no golpe da falsa “prova de vida” do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na última sexta-feira (28), em São José do Rio Preto (SP). A vítima repassou a senha da própria conta bancária aos criminosos.

De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher recebeu uma ligação em que uma suposta atendente do INSS afirmava ser necessário realizar a prova de vida da mãe dela, já falecida. A partir daí, o golpe foi aplicado.

Durante a conversa, a enfermeira foi orientada a fazer a portabilidade da conta bancária da mãe para a própria conta, sob a promessa de que assim continuaria recebendo valores. Convencida pela falsa atendente, ela forneceu a senha da conta bancária e liberou o acesso dos golpistas ao dinheiro.

Ao notar sinais de que poderia se tratar de um golpe, a vítima interrompeu a operação. Em seguida, porém, recebeu nova ligação com orientações adicionais de como proceder. Nesse momento, percebeu que os criminosos já tinham acessado sua conta e realizado operações fraudulentas.

Foram feitos empréstimos em sequência e pagamentos diversos, que somaram um prejuízo de R$ 36,2 mil. O caso foi registrado como estelionato na Central de Flagrantes de São José do Rio Preto.

Golpe da falsa prova de vida se espalha pelo país

No início de maio de 2025, começaram a circular nas redes sociais relatos de pessoas que receberam ligações telefônicas semelhantes, em nome do INSS, sobre a chamada prova de vida. A abordagem usa uma gravação com conteúdo mentiroso para tentar convencer os beneficiários.

A mensagem falsa que circula afirma que o segurado foi selecionado entre milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios de longa duração para realizar a prova de vida e orienta a digitar um número para prosseguir com o suposto atendimento.

Essas mensagens ganharam força após a revelação de um esquema bilionário de fraudes no INSS, exposto depois de uma operação deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

O esquema consistia em descontar valores irregulares de beneficiários, sem autorização, como se tivessem se filiado a associações e sindicatos inexistentes na prática. Essas entidades prometiam vantagens como descontos em academias e planos de saúde, mas não possuíam estrutura real.

INSS não liga para convocar para prova de vida

O conteúdo da gravação foi apresentado ao INSS pelo serviço de checagem, que pediu esclarecimentos ao órgão. Em resposta, a assessoria de imprensa do instituto informou que não realiza ligações telefônicas para convocar beneficiários a fazer a prova de vida.

A prova de vida é um procedimento obrigatório, realizado todos os anos, conforme previsto na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Apesar disso, o INSS reforça que não entra em contato por telefone para exigir a confirmação, nem pede dados sigilosos como senhas bancárias.