Ao vivo: "Revogaço" é o primeiro ato de Lula no governo

O politicando desta terça-feira (3) trará a repercussão dos primeiros atos de Lula como novo presidente do Brasil. Revogação de decretos de Jair Bolsonaro (PL), ida ao velório de Pelé  e baixa da bolsa de valores marcam os dois primeiros dias oficiais do petista no comando do Brasil.

Lula revoga flexibilização de porte de arma

Eleito presidente pelo voto popular no dia 30 de outubro e empossado oficialmente no último domingo (1º), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tomou suas primeiras medidas em seu terceiro mandato no cargo. 

Grande parte delas, é a revogação de decretos assinados por Bolsonaro, seu antecessor e que tem ideias ideológicas antagônicas ao petista. Entre as primeiras medidas anunciadas por ele estão a revogação de decretos que aumentaram o porte de armas e o reforço de políticas públicas para acabar com a fila no INSS e aumentar os investimentos em saúde e educação.

“O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo”, disse Lula durante discurso após ser empossado.

Com o ato de Lula, fica proibido o transporte de armas municiadas, a prática de tiro esportivo por menores de 18 anos e a posse de mais de três armas para cidadãos comuns, que no governo Bolsonaro, eram seis. O texto também determina a criação de um grupo de trabalho para apresentar a nova regulamentação para o Estatuto do Desarmamento em 60 dias.

Em despacho, o presidente também solicitou que a Controladoria-Geral da União (CGU) reavalie, em 30 dias, os sigilos impostos por Bolsonaro sobre informações e documentos públicos. 

Lula também restabeleceu o Fundo Amazônia e com isso será possível usar R$ 3,3 bilhões, oriundos de doações dos governos da Noruega e da Alemanha, com o objetivo de combater o crime ambiental na Amazônia. Ainda sobre medidas relacionadas ao meio ambiente, o presidente revogou o decreto de Bolsonaro que incentivava o garimpo ilegal na região, inclusive em terras indígenas.

Em despacho assinado no domingo (1º), e publicado ontem (2) no  "Diário Oficial da União", Lula paralisou os planos de privatizações as seguintes estatais:

Petrobras

Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA)

Correios

Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev)

Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep)

Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)

Armazéns e os imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O presidente também anunciou que  irá reforçar o papel dos bancos públicos e empresas estatais nas políticas de financiamento do desenvolvimento do país. “Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e as empresas indutoras do crescimento e inovação, como a Petrobras, terão papel fundamental neste novo ciclo”, disse.

Entre as prioridades nessa política de desenvolvimento, estão o financiamento de pequenas e médias empresas, potencialmente as maiores geradoras de emprego e renda, o empreendedorismo, o cooperativismo e a economia criativa. “A roda da economia vai voltar a girar e o consumo popular terá papel central neste processo”, disse.

Silveira confirma Jean Paul Prates na Petrobrás e garante projeto com “prudência e responsabilidade”

Recém empossado como ministro de Minas e Energia, o ex-senador mineiro Alexandre Silveira confirmou que Jean Paul Prates será o novo presidente da Petrobrás. Após um discurso de quase 20 minutos, o político cedeu entrevista coletiva à imprensa e afirmou que a nomeação de Prates seria seu primeiro ato comandando a pasta.

O ministro ainda disse que o corpo técnico do ministério ainda será formado  e contará com a ajuda de Prates para formar uma equipe que tenha capacidade de entender as demandas da estatal.

“Eu entendo que a partir da indicação dele, nós faremos um debate em torno da formação de uma equipe que tenha o nome que possa atender às tantas demandas desse grande patrimônio brasileiro que é a Petrobrás”. Disse.

O ex-senador também garantiu que o seu projeto será de “prudência e responsabilidade com o Brasil”.  “Nós temos um projeto que todo mundo sabe que não é milagroso, mas é um projeto responsável, de médio prazo, para que nós alcancemos a transição energética e a segurança na tarifa do usuário,  mantendo sempre a noção que esse mercado que precisa ter segurança jurídica, precisa ter previsibilidade e ter planejamento para atrair investimentos, afirmou Silveira.

Lula vai ao velório de Pelé

Acompanhado da primeira dama, Janja Lula da Silva, Lula compareceu ao Estádio Vila Belmiro, em Santos, no litoral de São Paulo, onde foi velado Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. 

Lula deixou o estádio por volta das 9h30. Durante a cerimônia o presidente abraçou familiares de Pelé e participou da missa celebrada pelos padres Toninho e Xavier, ambos de Santos. 

Foto publicada por Lula gera críticas

O presidente postou uma foto ao lado dos padres que celebravam a missa. No registro, Lula, Janja e familiares estão em volta do caixão de Pelé, de mãos dadas, o que aparentemente parece ser um momento de oração.

Acompanhado da foto, havia a frase: “o adeus ao rei. Descanse em paz, Pelé”, escrita em seu perfil nas redes sociais. 

Porém, a medida tomada por Lula e sua equipe não agradou alguns usuários do Twitter. Diversas contas criticaram o presidente e o acusou de estar fazendo uso político do velório de Pelé.

“Não foi uma boa escolha essa imagem. Melhor não publicar nada ou utilizar outro ângulo”, escreveu o perfil “Desmentindo Bolsonaro”.  Outro perfil também sugeriu que se trocasse a foto ou apagasse.

Lula é hostilizado em Santos durante velório de Pelé

Durante sua presença no velório do “Rei Pelé”, Lula foi hostilizado por um grupo de torcedores do Santos. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra os torcedores gritando "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão" do lado de fora do estádio. 

No segundo turno das eleições, Lula obteve 43,8% de votos no município de Santos, contra 54,2% do então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.