BR-116 registra nova tragédia com morte de cinco pessoas da mesma família na divisa de MG e BA

Acidente entre carro e carreta mata casal e três crianças, todos da mesma família, próximo à divisa entre Bahia e Minas Gerais

Por Plox

03/01/2025 16h47 - Atualizado há 4 meses

Cinco pessoas, um casal e três crianças, de uma mesma família morreram em um grave acidente ocorrido na BR-116, entre os municípios de Vitória da Conquista (BA) e Divisa Alegre (Norte de Minas), na manhã desta sexta-feira (3/1). As vítimas viajavam em um carro de passeio, que bateu de frente com uma carreta baú.

 

Detalhes do acidente
O acidente ocorreu em um trecho da BR-116 situado na Bahia, a apenas cinco quilômetros da divisa com Minas Gerais. Apesar de o local pertencer à jurisdição baiana, a ocorrência foi atendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Divisa Alegre (MG). 

 

Foto: Rede Social

 

Conforme informações obtidas, a família estava a caminho de Fortaleza, viajando no sentido Divisa Alegre/Vitória da Conquista, enquanto a carreta seguia na direção oposta. De acordo com testemunhas, morreram na tragédia os ocupantes do Palio, todos da mesma família: um homem (que dirigia o veículo), a mulher do motorista e três filhos do casal. O impacto foi tão violento que os corpos das vítimas foram lançados para fora do automóvel. 

 

BR-116 ultrapassa a BR-381 e é a rodovia mais letal de Minas Gerais

A BR-116 se consolidou como a rodovia mais letal de Minas Gerais em 2024, mesmo antes de contabilizar o maior desastre rodoviário registrado no Brasil desde 2007, com pelo menos 39 óbitos. O acidente, ocorrido em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, no dia 21 de dezembro, envolveu um ônibus, uma carreta e um carro, elevando a gravidade do cenário já preocupante na via.

 

Foto: CBMG

 

Comparativo de letalidade
Nos meses de janeiro a novembro de 2024, a cada nove acidentes registrados na BR-116, uma pessoa perdeu a vida. Esse índice supera significativamente o das demais rodovias que cruzam Minas Gerais. Na BR-381, conhecida como "Rodovia da Morte", a proporção foi de 16 acidentes para cada óbito; na BR-040, 14,5; e na BR-262, 12.

Apesar de a BR-381 liderar o total de mortes no ano, com 154 óbitos contra 138 na BR-116, a tragédia em dezembro deve colocar a BR-116 como a rodovia mais fatal de 2024. Historicamente, os números da BR-381 aumentam no mês de dezembro, com uma média de 20,6 mortes nos últimos cinco anos. Porém, mesmo com esse acréscimo esperado, a BR-116 está prestes a ultrapassá-la.

 

Acidentes e causas predominantes
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 91,5% dos acidentes na BR-116 não resultaram em mortes. Entretanto, entre os desastres fatais, as colisões frontais lideram, com 40 registros. Outros tipos recorrentes incluem saídas de pista (15), colisões laterais (10), transversais (9) e tombamentos (9).

As principais causas atribuídas aos acidentes fatais na BR-116 foram a ausência de reação dos motoristas (22 casos), trafegar pela contramão (20), excesso de velocidade (11) e ultrapassagens indevidas (11).

 

Trechos mais perigosos
Entre os trechos mais críticos da BR-116, o quilômetro 68, em Medina, no Vale do Jequitinhonha, se destaca com cinco mortes em dois acidentes fatais. Ambos os casos ocorreram em uma longa reta de pista simples, onde motoristas trafegaram pela contramão ou dormiram ao volante, resultando em colisões frontais.

Outros locais de destaque incluem:

Leopoldina (Zona da Mata): 13 mortes em sete acidentes, a maioria por tráfego na contramão.
Frei Inocêncio (Vale do Rio Doce): nove óbitos em seis acidentes, predominantemente colisões frontais.
Governador Valadares (Vale do Rio Doce): nove mortos em oito registros, causados por ultrapassagens indevidas e tráfego na contramão.
Manhuaçu e Muriaé (Zona da Mata): ambos os municípios registraram nove mortes em oito e sete acidentes, respectivamente, com alta velocidade e ultrapassagens indevidas como fatores principais.

 

Foto: CBMG


 

Desastre em Teófilo Otoni e investigação
O acidente de Teófilo Otoni foi o mais grave do ano, superando a tragédia de janeiro em Campanário, onde um ônibus caiu de uma ponte, matando oito pessoas. Até o momento, 36 vítimas do acidente na BR-116 foram identificadas, e 16 corpos já foram liberados para as famílias. As investigações continuam, com perícias indicando falhas humanas e estruturais como fatores contribuintes.
 

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