Projeto com mosquitos manipulados reduz casos de dengue

Diante do alarmante aumento de casos de dengue no Rio de Janeiro, com a capital registrando cerca de 10 mil casos só em 2024, o município de Niterói apresenta uma realidade distinta e esperançosa. A cidade, situada na região metropolitana, contabilizou apenas três casos confirmados de dengue no mesmo período, um feito atribuído majoritariamente a um projeto pioneiro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que emprega mosquitos manipulados para interromper a transmissão do vírus.

O Método Wolbachia

Niterói se tornou a primeira cidade brasileira a ser coberta integralmente pelo método Wolbachia, liderado pelo pesquisador Luciano Moreira, da Fiocruz. Iniciado em 2015, o projeto envolve a liberação de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia, que bloqueia a transmissão de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Esta bactéria interfere na capacidade do mosquito de transmitir o vírus, criando uma barreira natural de proteção à população.

Resultados Promissores e Continuidade das Medidas de Prevenção

Luciano Moreira destaca a influência significativa do método na redução dos casos de dengue em Niterói, citando um estudo de 2021 que apontou uma diminuição de cerca de 70% nos casos da doença em comparação aos registros anteriores à implementação do projeto. Entretanto, o pesquisador ressalta a importância de manter outras medidas de prevenção, como a eliminação de focos do mosquito e cuidados básicos de higiene nos ambientes residenciais.

Luta Contra a Dengue no Rio de Janeiro

Enquanto Niterói celebra o sucesso do projeto, o estado do Rio de Janeiro busca outras estratégias para combater a dengue, incluindo pesquisas com vacinas para adultos. A Defensoria Pública do estado também aponta falhas na prevenção da doença e cobra a implementação de medidas eficazes para controlar a epidemia