Cenário de inflação se complica, alerta presidente do BC

Roberto Campos Neto destaca dificuldades recentes na luta contra a inflação, apesar de quedas nos preços de alimentos e energia.

Por Plox

03/04/2024 13h51 - Atualizado há 4 meses

Em meio às oscilações econômicas globais, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, sinalizou preocupação com o panorama inflacionário, ressaltando um endurecimento nas condições ao longo do último mês e meio. Durante sua participação no 10º Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo, Campos Neto compartilhou observações sobre o estado atual da inflação, especialmente nos mercados emergentes.

Imagem: Raphael Ribeiro/BCB

Desafios inflacionários em foco

Inflação nos emergentes: Uma realidade variada se desenha nos países emergentes, onde a inflação geral e seus núcleos mostram tendência de queda. Entretanto, alguns destes países experimentam uma elevação na inflação de serviços, complicando o cenário. A relação entre um mercado de trabalho restrito e o aumento nos preços dos serviços é um ponto de análise para diversos bancos centrais.

Política monetária e juros: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central recentemente decidiu por uma redução da taxa Selic, marcando o sexto corte consecutivo. A decisão reflete a contínua estratégia de influenciar a inflação por meio de ajustes na taxa de juros, considerando os impactos diretos do custo do crédito sobre o consumo e investimento das famílias.

Tendências recentes da inflação no Brasil: Fechando 2023 com uma inflação de 4,62%, segundo o IPCA, o Brasil viu uma aceleração para 0,83% em fevereiro, indicando uma variação significativa em relação ao mês anterior. Esse movimento sinaliza uma vigilância constante das autoridades sobre as tendências inflacionárias.

Observações globais e desinflação: Campos Neto apontou para um estudo norte-americano que questiona a correlação entre mercado de trabalho e inflação de serviços no contexto dos Estados Unidos. Contudo, o presidente do BC destacou que a situação pode ser distinta para os mercados emergentes. Ele também mencionou que, enquanto alguns países ainda veem uma queda nos núcleos de inflação, outros observam estagnação ou leve aumento, complicando o cenário global de desinflação.

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