Cheques persistem em meio à era digital, registrando 125 milhões de transações em 2023

Apesar da predominância do Pix, o uso de cheques continua significativo no Brasil

Por Plox

03/04/2024 09h15 - Atualizado há 4 meses

Em uma era dominada pelas transações digitais, o cheque, um método de pagamento que muitos consideram antiquado, continua a ter sua parcela de usuários no Brasil. 

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelam uma queda contínua na emissão de cheques pelo 23º ano consecutivo, com um declínio de 16,8% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, em 2023, cerca de 125 milhões de cheques foram movimentados no país, o que equivale, grosso modo, a uma transação para cada dois brasileiros.

Curiosamente, essa quantidade de transações de cheque ultrapassa as do DOC (Documento de Crédito), que somou 18,3 milhões no mesmo ano, antes de ser descontinuado pelo sistema financeiro. 

Foto: reprodução/ Pixabay

O cenário nos leva a questionar a longevidade do cheque, que, apesar das previsões de desaparecimento, ainda não tem um fim anunciado.

Um exemplo emblemático vem de Glayson Teixeira, proprietário do Armazém Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, que opta por pagar seus fornecedores de queijos e outros produtos mineiros com cheques. Teixeira destaca não apenas a beleza de sua assinatura, mas também uma desconfiança em relação ao Pix, alegando temores de segurança. "Qualquer um coloca um revólver em você e rouba. O cheque você susta, ninguém aceita depois que roubam," explica Teixeira, ressaltando a importância da confiança na relação comercial.

Enquanto isso, o Pix registrou quase 42 bilhões de transações em 2023, um aumento de 75% em relação ao ano anterior, superando todos os outros métodos de pagamento, incluindo cartões de crédito e débito, boletos, TED, DOC, cheques e TEC, que juntos somaram quase 39,4 bilhões de operações. 

Esta disparidade nos números destaca o Pix como o preferido entre os brasileiros para transações instantâneas, com um volume total movimentado de R$ 17,2 trilhões em 2023, apenas superado pela TED em termos de valores transferidos.

Ao analisar o panorama financeiro do Brasil, percebe-se uma coexistência de métodos de pagamento, desde os tradicionais cheques até o moderno Pix, refletindo uma diversidade nas preferências de pagamento dos brasileiros. Essa convivência de antigo e novo sublinha a complexidade da transição digital financeira no país, onde a confiança e a segurança continuam sendo fatores decisivos na escolha dos métodos de pagamento.

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