Em evento com clima eleitoral, Lula ataca Bolsonaro e anuncia novas medidas
Durante solenidade em Brasília, presidente afirmou ter herdado 'terra arrasada' e reforçou ações do governo para tentar conter queda na popularidade
Por Plox
03/04/2025 13h12 - Atualizado há 3 meses
Com forte apelo político e clima de pré-campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (3) da solenidade “Brasil dando a volta por cima”, realizada em um centro de convenções em Brasília. O evento, estruturado para cerca de 3.000 pessoas, foi marcado por críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), elogios ao Congresso Nacional e a assinatura de novos decretos.

Com luzes, vídeos, apresentações e até poesias exaltando ações do governo, o encontro teve formato semelhante ao de um programa eleitoral. Foram destacadas medidas implementadas tanto nos atuais dois anos de mandato quanto nos governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff. Entre os programas citados estavam o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família, o Fies, além de iniciativas recentes como o Pé-de-Meia, Farmácia Popular e a nova faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Na plateia, predominavam parlamentares e ministros, além de apoiadores que entoaram palavras de ordem como “sem anistia”, numa referência aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Lula aproveitou para fazer um balanço de sua gestão e traçar um contraste com o governo anterior, afirmando que, ao assumir o cargo pela terceira vez, encontrou um “país em ruínas”.

“Foi como voltar para casa e encontrá-la destruída. Como um trabalhador rural que retorna ao campo e vê a terra devastada. O Brasil estava assim. Mas em dois anos aramos a terra, semeamos, cuidamos e agora começamos a colher”, afirmou o presidente. Ele ressaltou que a reconstrução ainda não terminou e pediu união contra o ódio, a mentira e a desinformação.
Lula também aproveitou o momento para afagar o Congresso Nacional, destacando a quantidade de matérias aprovadas com o apoio dos parlamentares e agradecendo aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O gesto foi interpretado como parte da estratégia para retomar a proximidade com o Legislativo e garantir a aprovação de projetos futuros.
Na quarta-feira (2), o presidente esteve na residência oficial do Senado para se reunir com líderes da Casa. Entre os projetos que dependem do Congresso estão a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e mudanças no crédito consignado para trabalhadores formais do setor privado.
Durante o evento, Lula assinou dois decretos: o primeiro regulamenta o fundo social que destina R$ 18 bilhões do pré-sal ao programa Minha Casa, Minha Vida. Já o segundo autoriza o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, com a primeira parcela prevista para abril.
A cerimônia foi parte de uma série de ações coordenadas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), sob comando de Sidônio Palmeira. A estratégia visa melhorar os índices de aprovação do governo nas pesquisas de opinião. Sidônio tem reforçado a necessidade de divulgar os feitos da gestão e sugerido que ministros incluam a frase “O Brasil Dando a Volta Por Cima” em seus discursos.
Além disso, o governo aposta na agenda de viagens e entrevistas do presidente como forma de se aproximar da população. Recentemente, Lula anunciou medidas como a redução da alíquota de importação de alimentos como carne e azeite, e afirmou que lançará um programa de crédito para reforma de casas. A expectativa é que a melhoria da safra a partir de junho ajude a baixar os preços dos alimentos e colabore com a retomada da popularidade presidencial.