Mais um caso de febre amarela é registrado em MG

Paciente de 36 anos recebe tratamento e autoridades intensificam ações de combate à doença no município

Por Plox

03/04/2025 10h09 - Atualizado há cerca de 1 mês

A cidade de Poços de Caldas, localizada no Sul de Minas, confirmou o primeiro caso de febre amarela em humano nesta quarta-feira, 2 de março. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, o paciente é um homem de 36 anos, que se encontra sob cuidados médicos e sendo acompanhado pelas autoridades de saúde do município.


Imagem Foto: Agência Brasil


Esse caso reforça o alerta para a presença ativa do vírus na região, especialmente por se tratar de um corredor ecológico onde, desde janeiro, já havia sido detectado um caso da doença em um primata. Desde então, diversas medidas de enfrentamento foram colocadas em prática, entre elas campanhas de vacinação, realização de Dias D, capacitação de profissionais, visitas domiciliares para checagem de cartões de vacinação, atividades educativas em escolas e empresas, além da imunização dos servidores públicos.



Com a confirmação, a Secretaria de Saúde local decidiu intensificar ainda mais essas ações. Na manhã de quarta-feira, o Comitê de Enfrentamento de Arboviroses convocou os agentes de endemias para uma reunião emergencial, com o objetivo de revisar estratégias e traçar novas diretrizes para visitas domiciliares e verificação dos dados vacinais da população.


“A vacinação continua sendo a principal medida de prevenção”, destacou a Prefeitura de Poços de Caldas em nota oficial.

A rede municipal de saúde disponibiliza 16 salas de vacina, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30. O próximo Dia D da imunização está programado para acontecer no sábado, 12 de abril.



A preocupação aumentou após a confirmação, na semana passada, de que um macaco encontrado morto na zona rural de Paraisópolis estava infectado com o vírus da febre amarela. A descoberta reacendeu os alertas sobre a circulação da doença na região. Segundo a Vigilância em Saúde, os macacos não transmitem a doença para humanos, mas funcionam como sentinelas naturais, alertando para a presença do vírus no meio ambiente.


Até o dia 12 de março, Minas Gerais já havia registrado três mortes em decorrência da febre amarela neste ano. Entre os casos está o de um homem de 49 anos, residente de Pouso Alegre, cujo local provável de infecção foi confirmado pela Secretaria Estadual de Saúde como sendo o próprio município. A data exata da morte não foi divulgada.


As outras duas mortes ocorreram em Extrema, também no Sul de Minas. Uma das vítimas, um jovem de 21 anos, era morador de Bragança Paulista (SP), estava vacinado e teria contraído o vírus em Joanópolis (SP), vindo a morrer em um hospital da cidade mineira. O outro caso foi de um homem de 69 anos, residente de Extrema, que não havia sido imunizado.



A vacina contra febre amarela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicada para pessoas a partir dos 9 meses de idade. Crianças devem receber duas doses: a primeira aos 9 meses e a de reforço aos 4 anos. Para adultos entre 5 e 59 anos que nunca foram vacinados, é recomendada uma dose única. Em casos de vacinação parcial na infância, uma dose de reforço deve ser aplicada. Pessoas com mais de 60 anos só devem se vacinar após avaliação médica.


Viajantes internacionais e aqueles que se deslocarão para áreas com circulação do vírus devem se vacinar com pelo menos 15 dias de antecedência.


A febre amarela, no Brasil, segue um ciclo silvestre, transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Não há registro de transmissão urbana da doença no país desde 1942. O padrão sazonal indica maior incidência de casos entre dezembro e maio, período marcado por condições favoráveis à propagação do vírus, como altas temperaturas, baixa cobertura vacinal e elevada presença de mosquitos e hospedeiros.


De 2014 a 2023, o país registrou 2.304 casos da doença em humanos, com 790 mortes. Minas Gerais viveu seu pior surto entre 2016 e 2018. O Ministério da Saúde reforça a importância do monitoramento de macacos doentes ou mortos e da atenção aos sintomas, principalmente em pessoas não vacinadas.


Em casos graves, a febre amarela pode provocar febre alta, icterícia, hemorragias, choque e falência de múltiplos órgãos. O índice de mortalidade entre pacientes que desenvolvem a forma grave da doença varia entre 20% e 50%. Em qualquer suspeita, a recomendação é buscar atendimento médico imediato.



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