Acusação conclui que esposa mandou matar Caio; suspeitos viram réus
Defesa diz que investigações foram concluídas
Por Plox
03/05/2023 08h40 - Atualizado há mais de 1 ano
Na manhã desta quarta-feira (3), o advogado da família de Caio Campos Domingues, ciclista morto a tiros no dia 4 de abril de 2023, em Lavrinha, distrito de Jaguaraçu, no Vale do Aço, convocou a imprensa para apresentar as conclusões da investigação e a denúncia oferecida pelo Ministério Público.
Em conversa com a reportagem do Plox, o advogado Ignácio Barros, detalhou o dia dos acusados do crime e revelou, segundo investigação da Polícia Civil, que o executor e a esposa da vítima passaram o dia juntos e até compraram roupas, pagas pelo PIX do filho da vítima, para o momento do crime. Ele ainda revelou que os suspeitos viraram réus após a denúncia aceita pelo juiz.
Assista:
Manifestação de familiares
A revolta dos familiares se intensificou após o juiz Luiz Eduardo Oliveira de Faria, da Comarca de Timóteo, Minas Gerais, determinar a soltura de Luith Silva Pires Martins e João Victor Bruno Coura de Oliveira, suspeitos de envolvimento no crime. Inicialmente, a ocorrência foi registrada como latrocínio, mas as investigações apontaram para um homicídio planejado pela esposa da vítima, com a colaboração de João Victor, executor do crime.
Confissões e detalhes do crime
De acordo com a polícia, tanto a esposa quanto João Victor confessaram os crimes. O homem teria admitido um relacionamento extraconjugal com Luith e revelou que foi contratado por R$ 10.000,00 para cometer o homicídio, fornecendo detalhes do acordo e da execução.
Em um vídeo nas redes sociais, a mãe de Caio expressou seu desejo de justiça: “Neste momento, a única coisa que eu queria é o meu filho junto de mim. O mínimo agora que eu quero é justiça por ele”.
Violações de direitos fundamentais, afirma juiz
O juiz alega que as prisões em flagrante não deveriam ter sido homologadas devido à ausência de situação flagrancial e outros detalhes da ocorrência. Segundo ele, os policiais agiram com truculência e violaram direitos e garantias fundamentais, como a inviolabilidade domiciliar e o direito ao silêncio. Diante das possíveis ilegalidades e abuso de poder, o juiz relaxou as prisões e expediu os alvarás de soltura.
A soltura dos suspeitos gerou revolta e indignação entre os familiares e amigos de Caio, que temem a impunidade no caso. Cássio Campos, irmão da vítima, já havia expressado seu medo de que "os assassinos de meu irmão sejam soltos" e mencionou um protesto na porta do fórum da cidade, pedindo "justiça para Caio". A família de Caio divulgou uma nota em que afirma: "Recebemos a notícia da soltura com surpresa, sabemos da dedicação da polícia militar e da polícia civil para apuração desse bárbaro crime, mas esperamos que o Ministério Público recorra da decisão de soltura para que os autores sejam presos novamente".
Assista:
No dia 10 de abril, um protesto semelhante foi realizado em frente ao Fórum da Comarca de Timóteo, no bairro Timirim. O objetivo era exigir que o Ministério Público e a Polícia Civil continuassem investigando o caso e garantissem justiça em memória da vítima. Durante a manifestação, os participantes exibiram faixas e cartazes com dizeres como “Justiça por Caio” e “buzine se você é a favor de justiça por Caio”.
Detalhes do crime chocam a região
O assassinato de Caio Campos Domingues no Vale do Aço, Minas Gerais, chocou a região e teve um desfecho surpreendente. De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu quando Caio e sua esposa Luith transportavam uma bicicleta na parte de carga de uma caminhonete. Eles teriam sido abordados por João Victor, que anunciou um assalto e exigiu a bicicleta. Ao sair do veículo, Caio foi alvejado por disparos efetuados por João Victor.
Após diligências, a polícia prendeu os dois suspeitos de envolvimento no crime. João Victor confessou ser o autor dos disparos e apontou Luith como mandante do crime. Ela, por sua vez, admitiu seu envolvimento e alegou sofrer agressões do marido, afirmando que queria "passar um aperto" nele, mas não esperava que o caso evoluísse para um homicídio. Segundo os policiais, Luith e João Victor marcaram o local do crime, onde João Victor atirou contra Caio, atingindo-o no peito e na cabeça.
Agora, os familiares e amigos de Caio aguardam ansiosamente por uma resposta do Ministério Público e por justiça no caso. Enquanto isso, as manifestações pacíficas buscam chamar atenção para a situação e exigir que os responsáveis pelo crime sejam devidamente punidos.