Polícia conclui investigação sobre triplo homicídio ocorrido em janeiro em Ipatinga

Polícia desmantela quadrilha ligada ao PCC no Vale do Aço e delegado afirma: "não vão mais atuar aqui"

Por Plox

03/05/2024 11h00 - Atualizado há 3 meses

A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Homicídios de Ipatinga, anunciou, em uma coletiva de imprensa, o encerramento das investigações sobre o triplo homicídio ocorrido no dia 5 de janeiro, no bairro Bethânia, em Ipatinga, Minas Gerais. O delegado Marcelo Franco Marino detalhou o complexo processo investigativo que levou à prisão de membros de uma quadrilha ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por uma série de violentos confrontos e homicídios na região.

Armas utilizadas nos crimes. Foto: Marcelo Augusto / Plox

 

O caso teve início com o assassinato de três homens no bairro Bethânia, executados a tiros em via pública, na presença de diversas testemunhas. Uma quarta vítima foi baleada, mas sobreviveu, sendo socorrida e encaminhada ao Hospital Márcio Cunha. A ação rápida da Polícia Militar, que patrulhava a área, foi crucial para a coleta inicial de evidências e testemunhos.

Foto: Divulgação/Redes Sociais/arquivo

 

De acordo com Marino, a operação que desencadeou a investigação começou com a abordagem de um Peugeot 208 em movimento na contramão, dois dias após o homicídio. A perseguição resultou em um confronto armado, onde um suspeito foi preso e outros conseguiram fugir. O veículo, identificado pelas câmeras de segurança como parte do crime no bar do Salvador, revelou-se chave para desvendar a rede de operações da quadrilha.

Interrogatórios subsequentes com o detido expuseram a estratégia e a estrutura da organização criminosa, incluindo a revelação de que o crime foi planejado de dentro do presídio de Ipaba, na região do Vale do Aço. O líder da quadrilha, conhecido apenas como G3, havia orquestrado os ataques durante uma saída temporária em dezembro, após um planejamento frustrado em outubro.

Perfil no Instagram de um dos envolvidos que dizia: “Sem dó da vítima”, enquanto ele segurava um fuzil AR-15. Foto: Marcelo Augusto / Plox

 

"A partir de um sítio alugado no bairro de Taúbas, a quadrilha planejou uma série de execuções em Ipatinga, visando principalmente opositores do Comando Vermelho, facção rival", explicou o delegado. Este local serviu como base para as operações da quadrilha, que utilizava um veículo clonado para cometer os crimes, evidenciando a sofisticação e brutalidade do grupo.

O delegado ressaltou a ousadia e violência do grupo, que não apenas enfrentou a polícia, mas também estava disposto a matar. "A disposição para enfrentar a polícia e o planejamento detalhado são indicativos de uma organização criminosa de alto nível", comentou. A operação policial resultou na desativação da quadrilha no Vale do Aço, mas o trabalho de monitoramento e prevenção continua intenso, visando impedir novas incursões do PCC na região.

Delegado Marcelo Marino. Foto: Marcelo Augusto / Plox

 

Foi constatado que os indivíduos detidos foram os autores da troca de tiros com a polícia no dia 3 de março, quando os mesmos criminosos retornavam de Governador Valadares após praticar um homicídio na cidade. Segundo o delegado, após assassinar um indivíduo, ele seguiram para a próxima missão, em Ipatinga, que era matar outros rivais. 


Internautas assustados divulgaram diversos vídeos nas redes sociais

 

Com os vários crimes que os três detidos irão responder na Justiça, sendo homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, formação de quadrilha e vários outros, a pena pode chegar a 100 anos de prisão para cada um, conforme explicou o delegado Marcelo Marino.

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