Doenças respiratórias avançam em MG e Sul lidera internações no estado

Minas Gerais enfrenta uma grave crise na saúde pública devido ao aumento expressivo de casos de doenças respiratórias. O governo estadual decretou situação de emergência após registrar, até o dia 28 de abril, 26.786 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A medida, válida por 180 dias, busca permitir ações rápidas e o acesso a recursos federais.

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Embora Belo Horizonte registre os maiores números absolutos, com 2.669 internações, é o Sul de Minas que lidera proporcionalmente as hospitalizações por SRAG no estado. A região somou 4.422 casos — o equivalente a 16,4% do total — entre janeiro e abril de 2025. Nenhuma cidade da região declarou emergência individual, mas o número elevado de casos coloca o Sul como epicentro da crise respiratória em Minas.

Municípios como Pouso Alegre (255 internações) e Passos (147) destacam-se entre os mais afetados localmente. Em todo o estado, outras cidades com alta demanda hospitalar incluem Uberlândia (1.285), Montes Claros (537), Juiz de Fora (531) e Ipatinga (419).

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), idosos representam 66,2% das internações no Sul de Minas, especialmente os com mais de 80 anos. Já as crianças somam quase 20% dos casos, com destaque para os menores de um ano, grupo altamente vulnerável neste cenário.

Na capital mineira, a pressão sobre o sistema de saúde também é intensa. Entre os dias 20 e 26 de abril, foram feitas 196 solicitações de internação para bebês com menos de um ano, quase o triplo da demanda do fim de março. Como resposta, foram abertos dez leitos pediátricos no Hospital Odilon Behrens e outros dez no Hospital da Baleia, dentro do Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias.

A Região Metropolitana de BH aparece em segundo lugar no ranking estadual, com 4.278 internações. Santa Luzia foi uma das cidades da região a declarar emergência, após atingir a lotação máxima dos leitos pediátricos. Nessa cidade, idosos representam 60% das hospitalizações, e crianças entre 1 e 9 anos, cerca de 15%.

Outras regiões severamente atingidas são o Norte de Minas (2.780 internações), com destaque para Montes Claros (537 casos), e o Triângulo Mineiro (2.713), onde Uberlândia responde por quase metade dos registros. A Zona da Mata completa o grupo das mais afetadas, com 2.583 internações — 531 apenas em Juiz de Fora.

Em diversas cidades como Governador Valadares, Januária, Diamantina e Coronel Fabriciano, o sistema de saúde também enfrenta dificuldades operacionais. No total, Minas já contabiliza 334 mortes por doenças respiratórias neste ano. A maior parte das internações ocorre nas faixas etárias mais vulneráveis: foram 2.587 hospitalizações entre bebês com menos de um ano e 15.130 entre pessoas acima de 60 anos.

Ranking das regiões com mais hospitalizações por SRAG em MG:

1º - Sul de Minas: 4.422

2º - Região Metropolitana de BH: 4.278

3º - Norte de Minas: 2.780

4º - Triângulo Mineiro: 2.713

5º - Zona da Mata: 2.583