Crise no INSS leva à saída de Carlos Lupi e marca 11ª troca ministerial de Lula

Com escândalo envolvendo fraudes no INSS, Carlos Lupi deixa Previdência e é substituído por Wolney Queiroz; mudanças refletem busca por desempenho e apoio político

Por Plox

03/05/2025 09h00 - Atualizado há cerca de 18 horas

A saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social foi confirmada nesta sexta-feira (2), após a revelação de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão marca a 11ª troca ministerial promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início de seu terceiro mandato, iniciado em 2023.


Imagem Foto: Presidência


Para ocupar o cargo deixado por Lupi, o escolhido foi Wolney Queiroz, que assume a pasta em meio a uma tentativa de conter os danos causados pelo escândalo. A demissão de Lupi ocorre em um contexto de crises internas e reorganização política do governo federal, que já havia promovido mudanças em outras áreas com o mesmo objetivo.


As substituições ministeriais têm ocorrido, principalmente, por dois motivos: melhorar o desempenho das pastas e acomodar interesses de partidos aliados em troca de apoio político no Congresso. Casos como o da Saúde, da Secom (Secretaria de Comunicação Social) e da Secretaria de Relações Institucionais são exemplos claros de iniciativas do presidente em busca de eficiência administrativa.



Em outros casos, as trocas foram motivadas por necessidade de contenção de crises. Após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, por exemplo, o general Gonçalves Dias deixou o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sendo substituído pelo general Amaro. Já no Ministério dos Direitos Humanos, Silvio Almeida saiu após acusações de assédio sexual, e Macaé Evaristo foi nomeada para o cargo.


Algumas mudanças ocorreram por promoção ou remanejamento. O ex-ministro da Justiça Flávio Dino, por exemplo, deixou a pasta para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo substituído por Ricardo Lewandowski. Outras trocas foram influenciadas por pressões de partidos, como a saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo, dando lugar a Celso Sabino, e a demissão de Ana Moser do Esporte, substituída por André Fufuca.



Na Secom, Paulo Pimenta foi substituído por Sidônio Palmeira, marqueteiro ligado ao PT e que atuou na campanha de Lula em 2022. Já na Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha deu lugar a Gleisi Hoffmann, então presidente do PT, ao ser transferido para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.


Mais recentemente, em abril, o deputado Juscelino Filho (União-MA) deixou o Ministério das Comunicações após denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), sendo substituído por Frederico Vasconcelos, indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.



Veja a lista das mudanças ministeriais no governo Lula desde 2023:


- GSI: Saiu Gonçalves Dias, entrou General Amaro


- Turismo: Saiu Daniela Carneiro, entrou Celso Sabino


- Esporte: Saiu Ana Moser, entrou André Fufuca


- Portos e Aeroportos: Saiu Márcio França, entrou Silvio Costa Filho


- Justiça e Segurança Pública: Saiu Flávio Dino, entrou Ricardo Lewandowski


- Direitos Humanos: Saiu Silvio Almeida, entrou Macaé Evaristo


- Secom: Saiu Paulo Pimenta, entrou Sidônio Palmeira


- Relações Institucionais: Saiu Alexandre Padilha, entrou Gleisi Hoffmann


- Saúde: Saiu Nísia Trindade, entrou Alexandre Padilha


- Comunicações: Saiu Juscelino Filho, entrou Frederico Vasconcelos


- Previdência Social: Saiu Carlos Lupi, entrou Wolney Queiroz



Essas mudanças evidenciam as estratégias do governo para lidar com diferentes desafios políticos e administrativos, destacando a constante necessidade de reorganização interna diante de pressões externas e internas.


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