Moradores da região de Barão de Cocais são impactados por obras da Vale

Por Plox

03/06/2019 09h56 - Atualizado há cerca de 6 anos

O dia a dia de moradores do distrito de Cruz dos Peixotos, em Barão de Cocais, tem sido impactado pela movimentação das máquinas que trabalham na escavação de uma bacia de contenção de rejeitos. A finalidade é reter material, caso haja rompimento da barragem Sul Superior na mina Gongo Soco, que está no mais alto grau de alerta (3) desde março.

Os moradores vivem, em sua maioria, da criação e do que plantam. Apesar do risco, alguns não querem deixar o local, como José Mendes de Carvalho, de 63 anos: “A mineradora deveria conversar com a gente primeiro. Sou nascido e criado aqui e só saio morto. Tentaram me tirar, mas eu não saio. Vou resistir”, afirma. A Justiça expediu um mandado que consentiu que máquinas trabalhassem em propriedades privadas da região. Outro temor dos moradores é relacionado ao Rio Santa Bárbara e ao Parque Nacional da Serra do Gandarela. Segundo moradores, foi desmatada uma área grande na região, que pode resultar em contaminação da nascente. Tanto o rio, quanto o parque são de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Conforme a Vale, os monitoramentos da barragem Sul Superior seguem constantes, durante 24 hora por dia, remotamente, com o uso de radar e estação robótica, que têm capacidade de detectar movimentações milimétricas. Além dessas medidas, a companhia realiza sobrevoos de drone para visualizar toda a área. O talude da mina tem se deslocado a 42,4 centímetros por dia, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) desse domingo, 2 de junho. A preocupação inicial é de que com a queda do talude, haja um impacto na estrutura da barragem, com consequente rompimento. Desde o dia 22 de março, a barragem subiu para o nível de alerta 3 e a Zona de Autossalvamento (ZAS) já havia sido evacuada de modo preventivo em 8 de fevereiro.

Atualizada às 11h28


 

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