Modelo Lygia Fazio falece após procedimento com silicone industrial: Uma discussão sobre os riscos

A causa de sua morte foi atribuída a complicações relacionadas ao uso de silicone industrial e polimetilmetacrilato (PMMA), um tipo de plástico, em um procedimento estético nos glúteos.

Por Plox

03/06/2023 11h24 - Atualizado há quase 2 anos

O mundo da moda e a comunidade médica foram abalados na última quinta-feira (1º/6) com a notícia da morte da modelo Lygia Fazio, de 40 anos. A causa de sua morte foi atribuída a complicações relacionadas ao uso de silicone industrial e polimetilmetacrilato (PMMA), um tipo de plástico, em um procedimento estético nos glúteos.

 

(crédito: Reprodução/Instagram/@lygiafazio)

A Difícil Recuperação

O Dr. Victor Hugo Cordeiro, especialista em cirurgia plástica, informou que Fazio foi hospitalizada três semanas antes de sua morte após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Em entrevista, ele explicou que "o PMMA é utilizado em casos extremamente raros, geralmente para melhorar o contorno e a anatomia de pacientes que tiveram lipodistrofias e alterações causadas pelo uso de medicamentos para o HIV". No entanto, o especialista reforçou que "o PMMA é contraindicado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para grandes volumes" e enfatizou que "infelizmente, já aconteceram complicações com o uso deste produto antes".

Perigos do PMMA

O PMMA, um material plástico, não é absorvido pelo corpo humano. "Qualquer conteúdo que se infiltre e se espalhe no tecido subcutâneo ou muscular pode ser infectado", adverte Cordeiro. Ele acrescenta que "uma vez inserido, o PMMA teoricamente permanece inerte. No entanto, uma infecção ou uma reação inflamatória severa pode causar complicações e uma tendência à expulsão do tecido. Quando disperso, pode causar grandes abscessos e requerer cirurgias plásticas para remoção e reconstrução do tecido, que podem resultar em graves infecções, podendo levar à septicemia e até à morte".

Alternativas Mais Seguras para a Estética

Frente aos riscos apresentados, o Dr. Victor Hugo Cordeiro sugere alternativas mais seguras para procedimentos estéticos. Entre elas está a lipoenxertia, um procedimento em que a gordura é aspirada de uma parte do corpo e depois injetada em outra área para melhorar seu volume, forma ou contorno. Outra opção é a prótese glútea, que é implantada cirurgicamente para aumentar o volume ou melhorar a forma dos glúteos.

Ainda, uma alternativa não cirúrgica é o aumento dos glúteos com ácido hialurônico, que proporciona um aumento temporário ao ser injetado diretamente na região glútea.

Em todos os casos, Cordeiro salienta: “É essencial que todos os procedimentos sejam realizados por um profissional qualificado. Além disso, cada caso deve ser avaliado individualmente”.

O triste caso de Lygia Fazio traz à luz o importante debate sobre os perigos dos procedimentos estéticos não regulamentados e ressalta a necessidade de sempre buscar orientação médica e realizar procedimentos com profissionais qualificados.

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