Possível irregularidade em benefícios financeiros: CGU Reporta R$2 bilhões em auxílios sob suspeita

Em uma operação meticulosa de auditoria, a Controladoria Geral da União (CGU) identificou uma questão preocupante. Os auditores reportaram a possibilidade de pagamento indevido de praticamente R$ 2 bilhões, distribuídos entre 356,7 mil pessoas. As transações questionáveis estão ligadas aos programas Auxílio-Caminhoneiro e Auxílio-Taxista, implementados no final da gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Investigação Solicitada pela CGU à Polícia Federal

Os relatórios desta investigação interna foram prontamente enviados para a Polícia Federal na sexta-feira, dia 2 de junho. O documento, que revelou pagamentos potencialmente impróprios, solicitava uma investigação mais aprofundada para confirmar ou refutar as suspeitas levantadas.

O Detalhamento dos Pagamentos Suspeitos

De acordo com a CGU, houve registros de pagamentos suspeitos a cerca de 110 mil indivíduos no programa Auxílio-Caminhoneiro, representando 27% do total de inscritos. O Auxílio-Taxista apresentou um número ainda maior: aproximadamente 314 mil pessoas, o equivalente a 78% dos cadastrados, estariam envolvidas em transações questionáveis. Vale destacar que cada beneficiário desses programas recebeu R$ 1 mil por mês no período entre julho e dezembro de 2022.

Um Pacote de Bondades Questionável

Esses programas de auxílio foram inicialmente interpretados como parte de uma série de ações benevolentes promovidas pelo então presidente Jair Bolsonaro. A estratégia, por meio do uso da máquina pública, parecia ter como objetivo sua reeleição. No entanto, a corrida presidencial foi vencida por Luiz Inácio Lula da Silva. Os auxílios foram apresentados como uma compensação para perdas financeiras decorrentes da pandemia da Covid-19, ainda que já estivesse em declínio.

Violação dos Requisitos Mínimos: CGU Identifica Beneficiários Inaptos

A investigação realizada pela CGU apontou que muitos dos beneficiários dos auxílios não atendiam aos critérios de elegibilidade estabelecidos. Essa constatação resultou de um cruzamento de informações realizado pela equipe da CGU. Além disso, foi identificado um número considerável de beneficiários que, por não preencherem os requisitos mínimos para habilitação, não estavam aptos a receber o benefício.