Morte ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso; entenda o caso

Suspeita de overdose de cetamina e investigações de grupo religioso marcam caso da morte de Djidja Cardoso

Por Plox

03/06/2024 17h38 - Atualizado há cerca de 1 ano

Djidja Cardoso, empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi encontrada morta na última terça-feira (28) em sua residência em Manaus. A suspeita é que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina, droga que, segundo investigações, era utilizada em um grupo religioso liderado por ela, sua mãe e seu irmão.

Foto: reprodução/ redes sociais

Investigação e Prisões
Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas realizou a Operação Mandrágora, prendendo Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, além de três funcionários da família: Verônica Seixas, Claudiele da Silva e Marlisson Vasconcelos. As autoridades afirmam que os presos eram responsáveis por distribuir e usar cetamina em rituais religiosos.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos locais, incluindo a casa de Djidja e os salões de beleza administrados pela família. Durante a operação, foram apreendidas ampolas de cetamina, seringas, celulares, computadores e documentos. Os suspeitos responderão por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, charlatanismo, e sequestro.

O Grupo Religioso "Pai, Mãe, Vida"
De acordo com as investigações, Djidja, sua mãe e seu irmão lideravam um grupo religioso chamado "Pai, Mãe, Vida". Esse grupo promovia a ideia de que o uso de cetamina poderia levar os seguidores a uma dimensão espiritual superior. Djidja era vista como a personificação de Maria Madalena, enquanto sua mãe e irmão eram considerados Maria e Jesus Cristo, respectivamente. Os rituais aconteciam nos salões de beleza da família e na casa onde moravam.

A Morte de Djidja Cardoso
Djidja foi encontrada morta em sua cama por familiares que, após tentarem contato sem sucesso, decidiram ir até a casa dela. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou um edema cerebral como a causa da morte, que afetou seu coração e respiração. No entanto, a relação com a overdose de cetamina ainda está sob investigação, aguardando os resultados finais da necrópsia e do exame toxicológico.

Quem era Djidja Cardoso?
Aos 32 anos, Djidja havia encantado os torcedores do Boi Garantido entre 2016 e 2020, quando representava a sinhazinha da fazenda no Festival Folclórico de Parintins. Após sua aposentadoria como sinhazinha, ela trabalhou com a mãe e o irmão em uma rede de salões de beleza no Amazonas. Meses antes de sua morte, Djidja havia revelado em redes sociais que estava lutando contra a depressão.

Uso da Cetamina
Cetamina é um anestésico utilizado em medicina humana e veterinária, mas que se tornou uma droga ilícita por seus efeitos alucinógenos e sedativos. Conhecida no Brasil como "special k" ou "Key", a droga é frequentemente utilizada em festas e clubes noturnos, causando preocupação devido ao seu potencial de abuso.

Declarações da Defesa
A defesa de Ademar, Cleusimar e Verônica afirmou estar "tomando todas as providências cabíveis no sentido de resguardar a integridade física e psíquica de seus constituintes em decorrência da dependência química". A defesa de Claudiele alegou que ela "jamais forneceu, comprou, administrou ou aplicou quaisquer substâncias psicotrópicas", enquanto a de Marlisson negou qualquer envolvimento com a morte de Djidja e o grupo religioso, confirmando apenas a crença e dependência química da família Cardoso.

A comunidade aguarda os desdobramentos das investigações para esclarecer as circunstâncias da morte de Djidja Cardoso e o funcionamento do grupo religioso.

 

 

 

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