Rosas não comovem Lula, que indica homem ao STJ
Coalizão de mulheres protesta com flores, mas presidente opta por nome masculino à vaga no tribunal
Por Plox
03/06/2025 11h05 - Atualizado há 3 dias
Na última terça-feira, em um gesto simbólico carregado de significado, integrantes da Coalizão Nacional de Mulheres compareceram ao Palácio do Planalto com um buquê composto por 26 rosas brancas e 5 vermelhas.

As flores representavam os atuais integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ): 26 homens e apenas 5 mulheres. A entrega foi acompanhada de um cartão, escrito com palavras cuidadosas, cujo objetivo era sensibilizar o presidente Lula sobre a desigualdade de gênero presente na composição da Corte.
No entanto, mesmo com o apelo visual e emocional feito pelo grupo, Lula decidiu naquele mesmo dia nomear o desembargador Carlos Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para uma das duas vagas abertas no STJ desde 2024. A escolha frustrou as expectativas da coalizão, que defendia a nomeação de uma das duas mulheres finalistas da lista tríplice: as desembargadoras Daniele Maranhão Costa (TRF-1) e Marisa Ferreira dos Santos (TRF-3).
Adriana Cecílio, representante da Coalizão Nacional de Mulheres, expressou sua decepção diante da decisão:
“Escrevemos um cartão bem gentil, tentando sensibilizá-lo em relação à disparidade de gênero na Corte. É muito triste saber que não adiantou, ficamos arrasadas”
. Ela acrescentou ainda que “a vaga era de uma mulher. O presidente reproduz um retrocesso na paridade de gênero no âmbito das Cortes Superiores”.
A escolha de Brandão contou com o apoio do ministro do STF Nunes Marques, do ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias e do governador do Piauí, Rafael Fonteles, do mesmo partido de Lula. O nome de Brandão fazia parte da lista tríplice elaborada pelo STJ em outubro de 2024.
O STJ conta com 33 ministros oriundos da Justiça Estadual, Justiça Federal, Ministério Público e advocacia. Esta é a segunda indicação de Lula ao tribunal em seu atual mandato. A primeira foi a de Daniela Teixeira, feita em 2023. A segunda vaga ainda em aberto no STJ será preenchida por alguém do Ministério Público, e a favorita para assumir é a procuradora Maria Marluce Caldas, de Alagoas, que é tia de João Henrique Caldas (JHC), prefeito de Maceió pelo PL.