Tiroteio fecha Av. Brasil e afeta rotina no Rio

Tiroteio no Complexo de Israel provoca bloqueios na Av. Brasil e impacta transporte e escolas

Por Plox

03/06/2025 08h26 - Atualizado há 3 dias

Uma operação de grande escala foi deflagrada pela Polícia Militar nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (3) em várias comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro. O alvo foi o Complexo de Israel, um conjunto de bairros sob o domínio do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão.


Imagem Foto: Reprodução


A ofensiva policial desencadeou um intenso confronto armado que obrigou o fechamento da Avenida Brasil, em ambos os sentidos, por volta das 4h42, nas proximidades de Vigário Geral. A via só foi reaberta às 5h24. Relatos de moradores e motoristas nas redes sociais descreviam o barulho incessante de tiros e a forte presença de viaturas da polícia.



Além de Vigário Geral, as comunidades de Cidade Alta, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-Pau também foram alvos da ação. O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, confirmou a operação ao g1. Até às 7h da manhã, não havia informações sobre prisões ou feridos.


A operação gerou consequências imediatas na mobilidade urbana. A circulação de trens do ramal Saracuruna foi interrompida, segundo a Supervia. Os trens com destino à Central do Brasil encerravam a viagem na estação Duque de Caxias, enquanto os que seguiam para Saracuruna e Gramacho paravam na estação Penha. O intervalo entre composições estava em 40 minutos, medida tomada para garantir a segurança dos passageiros e colaboradores, informou a concessionária.



O BRT também sofreu impacto: serviços no corredor Transbrasil enfrentavam intervalos irregulares. A Mobi-Rio confirmou a alteração na operação de várias linhas.


A rede municipal de ensino também foi afetada. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 17 escolas localizadas nas comunidades de Cidade Alta, Parada de Lucas e Cinco Bocas permaneceram fechadas devido aos riscos provocados pela operação.


O Complexo de Israel, onde se concentrou a ação policial, é controlado por Peixão, um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP) e um dos criminosos mais procurados do estado. Ele é investigado por atos de terrorismo, incluindo ordens para ataques contra as principais vias expressas do Rio — Avenida Brasil, Linha Vermelha e Washington Luiz — durante uma operação em outubro de 2023, que resultou na morte de três inocentes e deixou outros três feridos.


"A medida é necessária para garantir a segurança dos passageiros e colaboradores", informou a Supervia sobre a suspensão dos trens.



A operação desta terça reacende o alerta sobre o controle do tráfico na capital fluminense e suas consequências diretas na vida dos moradores.


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