Mais de 56,6 milhões de caixas de remédios para ansiedade e o sono são consumidas no país
O Rivotril (clonazepam) vendeu em oito anos, 233,3 milhões de caixas
Por Plox
03/07/2019 08h57 - Atualizado há cerca de 6 anos
No ano passado, mais de 56,6 milhões de caixas de remédios destinados a tratar a ansiedade e o sono foram adquiridos por brasileiros. Essa quantidade equivale a 1,4 bilhão de cápsulas somente em 2018. A informação é do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Entre os que mais são consumidos entre 2011 e 2018 estão: alprazolam, bromazepam, clonazepam, diazepam, lorazepam, flunitrazepam, midazolam (todos esses tarja preta) e zolpidem (não é tarja preta). Alprazolam, bromazepam, clonazepam, diazepam, lorazepam, flunitrazepam e midazolam são calmantes, combatem a ansiedade e trazem sonolência. Já o zolpidem trata a insônia e é vendido com receita dupla simples.
O Rivotril (clonazepam) vendeu em oito anos, 233,3 milhões de caixas- Foto: Agência Brasil
O número mais alto de compra dos remédios, exceto o zolpidem, foi em 2015, quando 76,2 milhões de caixas foram vendidas. Entre 5,6% e 21% dos brasileiros usavam tarja preta, sendo em mais quantidade as mulheres e os idosos, conforme dados da Associação Médica Brasileira (AMB), em pesquisa antes de 2013. O Rivotril (clonazepam) vendeu em oito anos, 233,3 milhões de caixas. No ano passado (2018), foram 19,8 milhões de caixas, mas em 2015, foram 37,9 milhões. Apesar de ter tido queda entre 2015 e 2018, o psiquiatra Rodrigo Martins Leite diz que os números atuais ainda são altos. Ele associa a alta nas vendas desses remédios em 2015 com o começo de um cenário de crise econômica vivenciado pelo Brasil, que trouxe problemas emocionais causados pelo desemprego e suas consequências.
Já em 2017, o Rivotril esteve na lista dos mais vendidos, na 20º posição, segundo Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico daquele ano. Conforme a presidente da Associação Brasileira do Sono, a neurologista Andrea Bacelar, o clonazepam é um dos mais conhecidos no país, sendo que há até mesmo páginas nas redes sociais sobre o medicamento.
Atualizada às 10h40