Falsos médicos pagam até R$ 400 mil por diplomas ilegais, desvenda Polícia Federal

Com esses documentos falsos, os suspeitos conseguiram se passar por médicos formados e obter empregos, principalmente em prefeituras

Por Plox

03/07/2023 08h01 - Atualizado há mais de 1 ano

A Polícia Federal do Brasil desvendou um grande esquema de falsificação de diplomas médicos. A organização criminosa vendia diplomas ilegítimos por quantias que chegavam até R$ 400 mil, conforme detalhado no programa 'Fantástico'. Ao menos 65 registros fraudulentos foram identificados no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), todos obtidos com esses documentos falsos.

Francisco Guarani, delegado da Polícia Federal, relatou que a investigação revelou uma "estrutura empresarial" por trás do comércio de diplomas e históricos escolares falsos. As falsificações eram convincentes, reproduzindo logotipos de universidades brasileiras em papel de alta qualidade. A maioria dos diplomas falsificados era atribuída à Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que negou veementemente qualquer envolvimento, assegurando que os documentos em questão "não foram emitidos ou assinados pela universidade e são ilegítimos".

 

Reações das Autoridades e Futuras Prevenções

Os fraudadores não só vendiam os diplomas, como também criaram um e-mail falso para enviar a documentação fraudulenta sempre que os conselhos regionais de medicina requisitavam tais informações. Com esses documentos falsos, os suspeitos conseguiram se passar por médicos formados e obter empregos, principalmente em prefeituras.

O Cremerj informou que a fraude foi descoberta quando uma funcionária suspeitou dos documentos e fez a denúncia. Em resposta, o conselho "mudou o processo de checagem e anulou todos os 65 registros obtidos com documentação falsa", como mostrado no Fantástico.

O Conselho Federal de Medicina reagiu à descoberta do esquema, ressaltando a necessidade de novos protocolos para verificar a documentação médica. José Hiran Gallo indicou que uma equipe seria destacada para visitar os conselhos regionais e avaliar a fragilidade do sistema.

Vários indivíduos foram presos no esquema, incluindo Cássia Santos de Lima Menezes, uma enfermeira que confessou ter desembolsado R$ 400 mil pelos documentos falsos, e Jonny Teixeira Carreiros, que admitiu ter pagado R$ 80 mil pelo diploma falso. Ambos afirmam inocência através de seus advogados, alegando serem vítimas de um golpe.

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